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Há que distinguir “banalidade do mal”, por um lado, de “banalização do mal”, por outro lado. E também haveria que laborar no conceito de “mal”, mas infelizmente não cabe aqui e agora fazê-lo, por falta de espaço
O mal sempre foi mais ou menos banal, consoante as épocas, e sempre assim será: a tentativa de erradicar o mal da condição humana não é só utópica: é também, em si mesma, uma manifestação da banalização do mal, e já não só a mera expressão da banalidade do mal. O primeiro utopista de que há história foi Platão, que defendeu, na sua “República”, a criação de campos de concentração, assim como defendeu a queima dos livros de Homero. No entanto, Platão foi também o criador da alegoria da caverna e o defensor do conceito de Ideia. O problema da utopia é que aplica a absolutização do conceito de Ideia platónica a um mundo material (no sentido macroscópico do universo); ou seja, não separa ou não distingue os dois conceitos.