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A relação estabelecida entre os cangaceiros e a polícia não era nada fácil. Pelo contrário, se instaurou no sertão uma verdadeira atividade guerreira entre os cangaceiros e os macacos (policiais que se dedicavam a caçar cangaceiros). Por fim, a relação entre os membros do cangaço se divide em dois aspectos, a relação externa, com os outros bandos, e a interna, com os cangaceiros do próprio bando. A relação com outros bandos nem sempre era uma relação harmoniosa, muitos grupos nutriam rivalidades com outros e chegavam até a promover caçadas aos outros bandos. Enquanto que a relação interna era orientada pela presença de um chefe, que era aquele que pensava as estratégias e táticas a serem desenvolvidas pelo restante do bando, bem como era a pessoa que estabelecia os acordos com os fazendeiros e chefes políticos. O chefe era sempre um homem que tinha habilidade com armas de fogo e gozava de grande valentia. O restante do bando respeitava as decisões do chefe e assumiam as atividades criminosas ou não determinadas pelo chefe (vigiar, levar recados aos coiteiros, promover saques, matar um traidor ou combater a polícia). Entretanto, algumas vezes, os grupos de cangaceiros chegaram a invadir cidades e transformá-las em palcos de terror e medo. A despeito desse fato, existem alguns relatos em que os grupos criminosos saírem vitoriosos e conseguiam angariar fundos para a manutenção do grupo através de ameaças aos chefes políticos, dos saques aos estabelecimentos comerciais e do medo instaurado na cidade sitiada por eles.
No que se refere ao relacionamento dos membros do tráfico com os moradores da comunidade há uma grande semelhança com a relação estabelecida entre cangaceiros e moradores do sertão. Pois, os traficantes gozam de poder dentro da comunidade, poder este também conquistado pelas armas e perpassa toda a rede de relações dentro da comunidade.
Acreditamos que a visibilidade e abrangência que o cangaço e o tráfico de drogas ocupou e ocupa na sociedade brasileira, deve-se, em parte aos desmandos do Estado, à falta de segurança pública e do mau uso dos recursos públicos.
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