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A análise do comportamento é uma ciência natural, formulada pelo psicólogo americano B. F. Skinner, que estuda o comportamento humano a partir da interação entre organismo/ambiente. A atenção do pesquisador é assim dirigida para as condições ambientais em que determinado organismo se encontra, para a reação desse indivíduo a essas condições, para as consequências que essa reação lhe traz e para os efeitos que essas consequências produzem - processo denominado "tríplice contingência", unidade funcional dessa ciência. Nesse sentido o comportamento é entendido como uma relação interativa de transformação mútua entre o organismo e o ambiente que o cerca na qual os padrões de conduta são naturalmente selecionados em função de seu valor adaptativo. Trata-se de uma aplicação do modelo evolucionista de Charles Darwin ao estudo do comportamento que reconhece três níveis de seleção - o filogenético (que abrange comportamentos adquiridos hereditariamente pela história de seleção da espécie), o ontogenético (que abrange comportamentos adquiridos pela história vivencial do indivíduo) e o cultural (restrito à espécie humana, abrange os comportamentos controlados por regras, estímulos verbais ou simbólicos, transmitidos e acumulados ao longo de gerações por meio da linguagem).
A análise pode ser experimental, no âmbito da pesquisa básica, baseando-se sobretudo em experimentos empíricos, controlados e de alto rigor metodológico com animais e humanos (ainda que este último demande certas limitações investigativas em virtude de maiores restrições ético-morais) ou aplicada, onde os resultados experimentais são diretamente aplicados a contextos não controláveis objetivamente, como acontece na maioria das formulações de estratégias terapêuticas.
Apesar da pesquisa básica centrar-se preferencialmente na observação direta de comportamentos públicos/abertos, considera-se nos âmbitos teórico e aplicado também o mundo privado/encoberto do sujeito. O mundo privado, acessível apenas ao próprio indivíduo e relatado (caso humano) ao mundo externo por meio do relato discursivo (comportamento verbal) é convencionalmente entendido por diversas abordagens teóricas da Psicologia e pelo senso comum como subjetividade. A problemática envolvida acerca da subjetividade na análise do comportamento foi cuidadosamente abordada por Skinner, principal representante dessa ciência:
“ Desde que é um processo, e não uma coisa, não pode ser facilmente mobilizado para observação. É mutável, fluido e evanescente, e, por esta razão, faz grandes exigências técnicas da engenhosidade e energia do cientista. Contudo, não há nada essencialmente insolúvel nos problemas que surgem deste fato."