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Explicação:Público vem do latim publĭcus. Significa relativo ou pertencente a um povo, a uma coletividade. Algo comum, aberto a quaisquer pessoas. Sem caráter secreto, transparente, universalmente conhecido.
O tal dinheiro público, tantas vezes privatizado por governantes corruptos e suas gangues, é meu, é seu, é nosso, leitor amigo. Não é um dinheiro sem origem e sem dono. Ele veio do trabalho duro e honesto de dezenas de milhões de profissionais liberais, empresários, trabalhadores e autônomos. Ele é fruto do esforço individual de cada brasileiro que trabalha e produz.
A praça pública não pertence a mim ou a você, que me lê, mas também não é propriedade de skatistas, camelôs ou mendigos. É um espaço que deve ser compartilhado por todos, mediante regras mínimas de bom comportamento e convivência pacífica. Apropriar-se de um espaço que é coletivo, é tão criminoso quanto invadir uma propriedade privada.
O brasileiro, de um modo geral, trata o “público” como se seu não fosse. Daí abre espaço para toda sorte de maus usuários. Sejam os políticos e governantes, sejam ainda os concidadãos, seus compatriotas igualmente relapsos no trato da tal coisa pública.
Não há uma mísera manifestação — e sinto muito em rotular, mas é necessário e justo — dos tais movimentos sociais ou grupos que representam as chamadas “esquerdas”, em que prédios públicos e ruas e avenidas não sejam ou depredados ou interditados por pneus incendiados. Isso quando não ateiam fogo em ônibus, o que é ainda mais perverso. E um monumento pichado é uma agressão semelhante a sujar a parede da sala ou do quarto da nossa própria casa.
Não conheço ninguém que faça xixi no chão da cozinha da casa da mãe, mas não canso de ver marmanjões urinando em árvores por aí. Aliás, imagino que venha “do berço”. Mania mais desnecessária essa, de algumas mães, colocarem os pimpolhos para fazerem xixi na rua. Pô, será que não dá para pedir para usar o banheiro de uma loja ou bar quaisquer? Ser criança não significa poder colocar o pingulin para fora e “molhar as plantinhas” do jardim dos outros, ora.
E o que dizer dos tais cargos públicos, que de públicos não têm mais nada? Foram privatizados, pelos políticos, para serem usados ou como fonte de renda própria e de amigos e parentes, ou mesmo como mercadoria de troca em conspiratas políticas. Empregos pagos com o nosso dinheiro são distribuídos como milho aos pombos. Ou melhor, empregos não, pois a maioria dos cargos são meros nomes, sem quaisquer atividades produtivas ou em benefício da população.
Vejam: datilógrafo, radiotelegrafista, perfurador digitador, operador de computador, técnico de secretariado, técnico de nutrição, técnico de colonização no Ministério do Meio Ambiente, agente de inspeção de pesca, classificador de cacau, fiscal tributário do café, do açúcar e do álcool, apenas para citar alguns. Acreditem, meus caros, mas há um cargo para “Assessor de Check-in”. Sim, um sujeito que fica no aeroporto agilizando o embarque das excelências de Brasília. E por falar em aeroporto, no Galeão, no Rio de Janeiro, há um ascensorista para cada elevador. Sabem quantos andares? Dois!
Já passou da hora de os brasileiros entenderem, de uma vez por todas, o que está em curso no país. Se quisermos deixar este atoleiro imundo em que nos metemos e seguirmos adiante, só com extrema consciência política é que conseguiremos. O descaso com tudo o que é “público” nos trouxe até aqui. Imagino que não esteja bom para ninguém. Portanto, amigos, mãos à obra. Conscientizem-se e ensinem a quem precisa. Tá cheio de gente ao seu lado necessitando muito de uma boa lição de cidadania. Podemos — e devemos! — virar este jogo. Pensem nisto. Pois basta querermos.
Ah, antes de atirar lixo no chão novamente, por favor lembre-se deste artigo. O Público (com P maiúsculo) agradece.