• Matéria: Artes
  • Autor: guilhermecampos97
  • Perguntado 7 anos atrás

Defina o conceito de estética, considerando as mudanças ocorridas no decorrer do tempo (evolução no pensamento da humanidade).​

Respostas

respondido por: hemillycris
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Originalmente, a estética se ocupava apenas do estudo do belo, porém, hoje esse conceito encontra-se bem mais amplo. Além dos juízos elaborados acerca da beleza ou não de um objeto, o estudo da estética também passou a considerar outros valores artísticos. Se em um primeiro momento buscava-se o “belo em si”, a partir do século XVIII esta noção de beleza foi relativizada, uma vez que se passou a compreender o belo não como uma qualidade das coisas, mas sim como uma sensação na mente de quem as contempla. Nas palavras de Eugéne Véron (1890), a estética é a ciência que tem por fim o estudo filosófico das manifestações do gênio artístico.

A experiência estética é desprovida de valor material e desinteressada, não pode ser analisada frente ao conhecimento lógico nem pode ser julgada por sua utilidade para determinado fim. Ela também é a experiência da presença e se dá pelo comparecimento tanto do objeto estético como do sujeito que o percebe. Vejamos estes conceitos por meio de exemplos.

Imaginem que ao visitarmos um amigo ou parente, percebemos em sua sala vários quadros pendurados na parede, mas nenhum que nos chame verdadeiramente a atenção. Após alguns minutos de conversa, nosso interlocutor resolve nos mostrar orgulhoso a nova tela que acabara de trazer de uma viagem ao exterior e que ele adquirira em uma galeria badaladíssima da Europa e que teria custado, segundo ele, o equivalente a um “carrinho popular zero quilômetro”! 

Certamente arregalaríamos os olhos assustados em direção ao quadro que antes nos parecia comum e começaríamos a nos esforçar para enxergar nele a beleza e as características que justificassem tamanho investimento. Por fim, o suposto valor da obra associada ao discurso de nosso anfitrião poderia muito bem nos convencer de que estaríamos diante de uma legítima “obra de arte”. 

Apesar de a cena relatada ser fictícia, ela é mais comum do que se imagina e acontece diariamente em muitos lugares, principalmente pelos meios de comunicação. É notório que nossa experiência estética descrita no exemplo acima não se constituiu como uma experiência estética legítima, uma vez que foi fortemente influenciada pelo “valor financeiro atribuído à obra” em decorrência do “discurso” de seu proprietário. O que admiramos nela é seu valor material e não seu valor estético.

Quanto à presença, seria impossível realizar a análise de uma obra de arte unicamente pela descrição de um terceiro. Por isso, para que exista arte, é preciso que haja um artista para concebê-la e criá-la, e um expectador para percebê-la, interpretá-la, admirá-la. Esse último é o público que vê a obra de uma perspectiva distinta à do artista, uma vez que primeiro cria a noção de mundo que ela contém e o segundo recria essa noção – interpreta a obra. Para tanto é preciso uma sensibilidade apurada e conhecimento de mundo para compreender obras de arte, não apenas dando a elas significados pessoais, como também entendendo os significados que o artista procurou imprimir ali. Dessa forma, o público poderá apreender o sentido implícito no objeto artístico e estabelecer algum diálogo com a sua realidade particular criando, para muitos críticos de arte, uma terceira dimensão da arte. 

vai só até o primeiro ponto ai

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