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Trabalhar é condição essencial, não somente pela manutenção financeira, mas pela dignificação da vida. Trabalhar se constitui numa parte importante da vida. E vai além do ganha-pão. Tem a ver com realização pessoal, com sentir-se útil e encontrar sentido para os dias. “A importância do trabalho na vida do ser humano vai muito além do fato de que, através dele, satisfazemos nossas necessidades básicas. O trabalho, por si só, é revelador da nossa humanidade, uma vez que possibilita ação transformadora sobre a natureza e si mesmo. Além disso, a nossa capacidade inventiva e criadora é exteriorizada através do ofício que realizamos”, afirma a psicóloga organizacional Vanessa Rissi.
De outro lado, o fato de não trabalhar pode ter consequências negativas, que afetam diretamente a personalidade. “Em razão da centralidade que o trabalho ocupa em nossas vidas, é que podemos compreender as consequências negativas do não-trabalho, da inatividade. Um sujeito sem trabalho é impedido de se realizar como homem e cidadão, o que afeta diretamente sua dignidade”, salienta Vanessa, que é mestre em Saúde Coletiva/Saúde do Trabalhador, especialista em Gestão de Recursos Humanos e professora da Imed.
Ter um ofício é primordial na vida do ser humano. Durante a própria evolução, cada indivíduo veio desempenhando um papel, o que não é diferente nos dias de hoje. “O trabalho é um meio inexorável da existência humana e constituinte da identidade do sujeito. Isto significa que cada um se torna o que é por meio do ofício que executa. Através do trabalho as pessoas podem imprimir sua marca, o seu registro. Isto tanto é verdadeiro que quando não conhecemos uma pessoa e, então, perguntamos ‘quem é fulano?’, a resposta sempre estará relacionada a função executada no mundo do trabalho: ‘ele é professor da escola x, ele é vendedor da empresa y, é médico’, e assim por diante”, argumenta a psicóloga.