• Matéria: História
  • Autor: teffy69
  • Perguntado 7 anos atrás

oq foi bota-baixo????????​

Respostas

respondido por: Raimundakk
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Resposta:

Bota-abaixo foi uma medida adotada pelo presidente Rodrigues Alves que tinha o objetivo de derrubar cortiços e construções antigas para melhorar o tráfego na cidade do Rio de Janeiro

respondido por: danielisantos217
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Resposta:

“Bota abaixo” e a reurbanização do Rio de Janeiro no século XIX:

Durante a presidência (1902 a 1906) de Francisco de Paula Rodrigues Alves

(1848-1919), quinto presidente da República, foi implantado o projeto que

transformaria o Rio de Janeiro na capital do progresso. Para financiar as obras, o

governo federal obteve um expressivo empréstimo da Inglaterra, segundo a historiadora

Margarida de Souza Neves, de “8.500.000 (oito milhões e quinhentas mil libras

esterlinas), a metade do que o Brasil inteiro produzia em um ano”!

Com a reforma urbana, pretendia-se dar outro perfil, na face e nos hábitos, para

a capital federal. A cidade se transformou em um imenso canteiro de obras, sob o

comando do engenheiro Francisco Pereira Passos (1836-1913). Começava o que foi

denominado na época como o “bota-abaixo”. Nos primeiros anos do século XX, a

imagem da capital federal precisava ser reconstruída e transformada no símbolo de

modernidade. O passado seria superado por meio de um comprometimento com o

modelo francês de arquitetura e urbanismo, o que permitiria, segundo o historiador

Jonas da Silva Abreu, “a entrada da nação no seleto grupo das nações ‘modernas’”.

Os trabalhos realizados a partir da aprovação, em 1903, de um projeto chamado

Embelezamento e Saneamento da Cidade – que incluía ações como o escoamento de

águas pluviais, melhoramentos dos serviços a cargo da Prefeitura e abertura de escolas

primárias – resultaram em disposições urbanas, despertando olhares e sentimentos

diversos – quanto ao presente e quanto ao futuro. A partir da indicação para prefeito do

Rio de Janeiro, em 1902, Pereira Passos iniciou um amplo programa de reforma urbana

inspirado na remodelação parisiense, tinha o intuito de fazer do Rio de Janeiro um

símbolo do ‘novo Brasil’, uma ‘Paris dos trópicos’”.

O prefeito Passos tinha feito parte da Comissão de Melhoramentos, instituída

no ano de 1875, ainda durante o Império. Como outros jovens bem-nascidos daqueles

tempos, completou seus estudos de Engenharia em Paris, cidade que vivia uma fase de

profundas reformas conduzidas por Georges Eugène Haussmann (1809-1891), no

período de 1853 a 1879.

Na administração de Pereira Passos, iniciada em 30 de dezembro de 1902, de

imediato foram tomadas algumas medidas, entre atos e decretos, na tentativa de impor

civilidade aos habitantes da cidade, por meio de um efetivo controle urbanístico. Tal

anseio queria eliminar antigos hábitos da população diante da nova ordem que se

instalava a partir da República.

Uma série de proibições foi estabelecida por decreto, entre elas: o comércio

ambulante da venda de leite (retirado dos animais conduzidos pela cidade); a venda de

bilhetes lotéricos em ruas, praças e bondes; o recolhimento dos cães vadios que

circulassem sem seus donos, acender fogueiras nas ruas e soltar balões (pelo risco de

incêndios) e transitar descalço e sem camisa em localidades públicas.

Tais medidas nem sempre eram bem aceitas pela população. A partir dos seus

contemporâneos até os que falam sobre Pereira Passos nos dias atuais, variam a

extremos as descrições de seu perfil ou de suas ações. Os adjetivos mais usados são:

“empreendedor”, “incansável” e “benemérito”; ou “ditador”, “autoritário” e

“insuportável”.

Isso deve se ao fato do prefeito empreender reformas através de decretos

autoritários e sem consulta popular, por exemplo, a demolição de cortiços, onde

moravam centenas de famílias pobres e a demolição de casarões antigos na região

central da cidade para as construções de grandes avenidas, deixando sem teto milhares

de pessoas que se viram obrigadas a viverem em moradias irregulares e improvisadas

com sucata nos morros cariocas, formando as favelas. Ao mesmo tempo, uma boa parte

da população gostou da tentativa do prefeito em igualar o Rio de Janeiro a Paris, tanto

nas construções quanto nos hábitos e costumes ditos como civilizados.

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