Respostas
Resposta:
A alcalinidade da água é representada pela presença dos íons hidróxido, carbonato e bicarbonato.
A importância do conhecimento das concentrações deste íon permite a definição de dosagens de agentes floculantes, fornece informações sobre as características corrosivas ou incrustantes da água analisada.
Todos os íon causadores da alcalinidade tem características básica, sendo assim reagente quimicamente com soluções ácidas, ocorrendo a reação de neutralização.
Para determinação final da reação de neutralização iremos utilizar um indicador, na análise de alcalinidade utilizaremos dois indicadores, com pontos de viragem em função das diversas formas de alcalinidade.
PH > 9,4 ? hidróxidos e carbonatos
8,3 < pH < 9,4 ? carbonatos e bicarbonatos
4,4 < pH < 8,4 ? apenas bicarbonatos
Não é possível a coexistência das três formas de alcalinidade numa mesma amostra, em função da reação química do íon bicarbonato com o íon hidróxido, o íon bicarbonato age como se fosse um acido fraco na presença de uma base forte:
HCO3- + OH- ? H2O + CO32-
Para quantificação dos íons OH- e CO32-, o indicador mais utilizado é a fenolftaleína, sua faixa pH de atuação é de 8,3 a 9,8, em pH menor que 8,3 não apresenta coloração (incolor) enquanto acima de 8,3 assume a cor rosa.
Na quantificação dos íons HCO3-, podem ser utilizados os seguintes indicadores:
– Metilorange, cuja faixa de pH de atuação varia de 3,1 a 4,6, acima de 3,1 apresenta coloração vermelha e abaixo de 3,1 assume a cor laranja.
– Vermelho de metila: faixa de pH de atuação varia de 4,4 a 6,2, acima de 4,4 apresenta coloração amarela e abaixo de 4,4 assume a cor vermelha.
– Indicador misto: constituído de vermelho de metila e de verde de bromocresol, solubilizados em álcool etílico ou isopropílico, que passa da cor azul para a cor salmão.
A presença de cloro residual influencia na coloração dos indicadores, torna-se necessário a utilização de uma solução de uma solução de tiossulfato de sódio, para inativação do residual de cloro.
Os indicadores quando adicionamos à amostra apresentam colorações que indicam a presença ou não de um ou mais tipos de alcalinidade.
Ao adicionarmos fenolftaleína à amostra, surgindo uma coloração rosa, significa a possibilidade da presença de hidróxido, ou de carbonato, ou hidróxido/carbonato simultaneamente na amostra de água. A alcalinidade à fenolftaleína será quantificada utilizando um ácido de concentração conhecida, que adicionado quantativamente à amostra neutralizara a alcalinidade presente, mudando a cor de rosa para incolor.
Se após a adição de fenolftaleína a amostra se mantiver incolor, afirmamos que a alcalinidade à fenolftaleína é igual a zero.
Após o teste de alcalinidade a fenolftaleína, iremos testar a presença de alcalinidade ao metilorange (ou vermelho de metila). Quando se utiliza o metilorange, caso a amostra tome a coloração laranja ou avermelhada a alcalinidade ao metilorange é zero. Se a amostra apresenta coloração amarela, iremos avaliar a alcalinidade ao metilorange com o mesmo ácido utilizado na quantificação da alcalinidade à fenolftaleína.
Ao se iniciar a adição de solução ácida, irá ocorrer primeiro a reação com o íon mais básico e a seguir com os mais fracos. Sendo a ordem de basicidade: hidróxido, carbonato e bicarbonato teremos:
H2SO4 + 2 OH- ? 2 H2O + SO42-
H2SO4 + 2CO32- ? 2 HCO3- + SO42-
H2SO4 + 2 HCO3- ? 2 H2O + SO42- + 2 CO2
Ressalta-se que a neutralização do carbonato não é completa passando primeiro a bicarbonato, sendo necessário levar em conta este aspecto nos cálculos estequiométricos.
Com ralação ao comportamento do carbonato podemos afirmar que metade da sua concentração será titulada com a fenolftaleína e a outra metade da sua concentração será titulada com o metilorange.
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Caso deseje expressar os resultados segundo os íons básicos causadores da alcalinidade utilize, nos cálculos, a seguinte tabela:
OBS:
F = Volume gasto na titulação da alcalinidade à fenolftaleína
M = Volume gasto na titulação da alcalinidade à metilorange
T = Volume total = F + M