• Matéria: Português
  • Autor: aninhalinda40
  • Perguntado 7 anos atrás

faça uma análise do conto a Bela e a Fera​

Respostas

respondido por: Sabrinny1000
5

É da história original???????


aninhalinda40: ss
respondido por: luanadejesusmatos
11

A história "A Bela e a Fera" tem como origem o mito Eros e Psique, sendo esta última publicada no século II d.C., em "Metamorfose de Lucio", também conhecida como "O asno de ouro". Tendo estudado ambas histórias e comparado-as, suprimimos essa relação no atual artigo na expectativa de tornar melhor o entendimento do leitor ao comentarmos apenas aspectos referentes ao filme (Tatar, 2004).

Enfocamos o conto de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, na sua versão como desenho animado, imortalizada nas telas em 1991 pela Walt Disney. Este alcançou índices jamais imaginados para um desenho até a época de seu lançamento, incluindo a indicação ao Oscar de melhor filme e diversas versões para o teatro. Esta animação deslumbra pessoas de todas as idades, não apenas pela história em si, mas por todo o enredo que a cerca, revelando conflitos naturais do desenvolvimento humano (Beaumont, 1756/2008).

A personagem Bela, nosso foco

Por meio de estímulos visuais e auditivos, o filme projeta mensagens ao espectador, através da passagem de conteúdos marginais, de forma que este obtém significados providos por ele mesmo ao imaginar e associar conteúdos reais e fantasiados a partir da comunicação inconsciente que se estabelece nesse encontro tela-atenção. É aí que as pessoas se sentirão mais ou menos incomodadas, comovidas, irritadas, enfim, onde são despertados sentimentos que, muitas vezes, não são passíveis de controle.

Utilizando o entendimento de Dieckmann (1986, p.14) sobre o conto de fadas ser similar ao sonho, uma vez que nos contos "acontecem coisas extraordinárias – impossíveis para o pensamento racional – e aí existem monstros, bruxas, fadas e mágicos ou animais falantes", facilitando a intimidade com o conteúdo latente da história, lembramos a mais instigante contribuição de Freud.

"A interpretação dos Sonhos" (Freud, 1900/1980) marcou a virada do século e uma reviravolta no entendimento das questões inconscientes dos seres humanos, influenciando nosso pensamento até a atualidade. Trabalhando aspectos como condensação e deslocamento nos sonhos, ele evidenciou a estruturação do psiquismo e a formação dos sintomas, bem como a ideia de conflito intrapsíquico.

O sonho é uma formação inconsciente que busca revelar e reorganizar algum aspecto da vida infantil e cotidiana. No momento do sono, o consciente deixa de agir tão fortemente sobre o ego, permitindo uma passagem de conteúdos até então inimagináveis na vida de vigília. Há um acerto entre as instâncias psíquicas (uma oferece roupagens inofensivas, facilitando à outra aparecer em cena) que promove o devido disfarce daquilo que invariavelmente é uma realização de desejo infantil sexual. Ora, se uma ideia inconsciente aparece no sonho de forma demasiadamente explícita, gera angústia e logo damos conta de acordar, redirecionar o sonho ou esquecê-lo ao despertar (Freud, 1900/1980).

Da mesma forma, ocorre esse movimento psíquico quando se assiste a um filme. Ele passa a ser constituído por aquilo que lembramos dele, pela maneira como o fazemos, as cenas escolhidas, as personagens a que damos maior atenção e a forma como o recontamos a outros e a nós mesmos em nossa mente aquela história que muitas vezes nem se sabe por que nos emocionou ou intrigou tanto.

E, assim, como os sonhos, os contos de fadas ajudam a elaborar uma situação de conflito, tornando possível ao sujeito analisar as representações feitas anteriormente. Essa possibilidade de fantasiar, montar histórias e imaginar vidas diferentes é ainda mais imprescindível na infância, já que o desenvolvimento do psiquismo depende dessa mobilidade construída pelo pensar.

Através dos contos de fadas, portanto, a criança media a relação entre os mundos interno e externo, desenvolve a linguagem por meio do simbolismo e pode se experimentar em diferentes papéis no contexto familiar por meio da identificação com os vários personagens do conto (Radino, 2003).

Os contos falam por meio de metáforas, nas quais histórias assustadoras podem não ser ameaçadoras; representam situações e símbolos das vivências das pessoas que os ouvem ou assistem e estas estão diretamente implicadas no processo de entender e repassar essas histórias (Alves & Emmel, 2008; Rosa, 2008).

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