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Quando se fala em educação física, forma-se logo no pensamento a imagem de movimento ou locomoção. Logo, não se pode pensar em exercícios físicos sem primeiro atentar para a sua origem: Os antropólogos e paleontólogos, pesquisando certos terrenos geológicos, descobriram que o homem apareceu entre o fim Plioceno e o começo do Pleistoceno.
A existência humana determina necessidades econômicas obrigaram o homem a locomover-se, de uma região para outra, numa mesma época do ano, ou em épocas diferentes, iniciando, assim, inconscientemente o adestramento do corpo, melhorando, através de milhões de anos, o seu aspecto físico para vencer melhor a luta pela vida, quer procurando os bens econômicos, quer defendendo-se ou atacando, sem, no entanto, constituir-se uma preocupação diária, em virtude de ser uma prática natural, do saltar, trepar, correr, lançar, nadar, aprimorando, consequentemente, as funções orgânicas. O elevado grau de desenvolvimento físico, decorrente do trabalho orgânico, agudeza dos sentidos de que eram dotados os povos selvagens, são provas irrefutáveis de que os exercícios físicos, nasceram instintivamente com o homem, em razão de suas necessidades econômicas e biológicas.
A observação que se faz e a conclusão a que se chega, no recém-nascido, por onde, constata-se que "o movimento é o seu gesto mais pronunciado". O instinto de mover o tronco e as extremidades primeiramente arrastando-se, depois andando de gatinhas (quadruptação), logo depois andando, trepando, correndo, saltando e, quando já adulto, sentindo-se forte, surge-lhe o instinto da luta, procurando dominar os mais fracos, depois os de igualdade de condições e às vezes os mais fortes. Esses movimentos e meios de locomoção, certamente, eram mais acentuados nos recém-nascidos primitivos do que nos civilizados, os quais sofreram os influxos progressivos do regime e do meio que passaram a viver.
Nessa altura compreende-se, pois, que a educação física teve origem com o ser vivo e sua racionalização. Com o homem, quando compreendeu ser, o desenvolvimento da potência física, necessária à sobrevivência, remontando a sua prática aos mais antigos povos orientais.
Educação física pelo homem primitivo: Surgiu, como já vimos, com o aparecimento do homem. Porém, na pré-história, não se encontram indícios concretos de como foram praticados tais exercícios pelo homem primitivo, além da imitação. Partindo, todavia, da Lei do Uso (Lamarck), segundo a qual a utilização frequente dos diferentes órgãos, sistemas e aparelhos, em época e situações também diferentes, de acordo com os estágios pelos quais passou o homem, desenvolveu-se e, ao mesmo tempo, aperfeiçoou as funções determinando mudanças morfofuncionais; e do seu aforismo: "A função cria o órgão" (Lamarck), conclui-se que, existindo a espécie animal, existe movimento e, portanto, exercícios físicos, os quais, pela sua repetição, aperfeiçoam e desenvolvem os órgãos, sistemas e aparelhos.
O homem primitivo: Deslocava-se de um lugar para outro a procura de alimentos, marchando, trepando, nadando, saltando e lançando as suas diferentes armas de arremesso.
Pela repetição contínua desses exercícios, na luta pela sobrevivência, aperfeiçoava as funções educando-as gradativa e inconscientemente, segundo as leis naturais de criação (biológicas), confirmando pelo aforismo: "Natura non facit saltus" (Cuvier).