• Matéria: Artes
  • Autor: loladora
  • Perguntado 7 anos atrás

Alguém pra me ajudar achar um texto pequeno com falas para encenar que tenha 6 personagens ???

Respostas

respondido por: laryssa10silveira
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1. Monólogo (ator/atriz) / Mad Men, 6° Temporada, Episódio 12

“Todas as agências que você encontrarem parecerão qualificadas a anunciar o chocolate Hers-heys porque o produto em si é um dos mais vitoriosos de todos os tempos. Cada um nesta sala tem uma história para contar. A minha foi com meu pai me levando à farmácia depois de eu ter cortado a grama e dizendo que eu podia escolher qualquer coisa. E tinha muita coisa. Mas eu escolhi uma barra de Hersheys. E quando eu rasguei, meu pai passou a mão no meu cabelo e para sempre o amor dele e o chocolate ficaram ligados. É esta história que vamos contar. Uma barra Hersheys é a moeda do afeto. É o símbolo do amor na infância. (Tempo) Me descul-pem, eu preciso dizer uma coisa. Eu sou órfão, eu cresci na Pensilvânia, em um bordel. Eu li sobre Milton Hershey e a escola dele em uma revista pornô ou outro periódico que alguma garota deixou no banheiro. E li que alguns órfãos tinham uma vida diferente lá. Eu podia ima-ginar. Eu sonhava com aquilo, em ser querido. Porque a mulher que foi obrigada a me criar me olhava todo dia torcendo para eu sumir. O máximo de me sentir querido que consegui foi quando uma garota me fez mexer nos bolsos de um cara enquanto transavam. Se pegasse mais de um dolar, ela me comprava uma barra de Hershey. E eu comia sozinho no meu quarto, com toda cerimônia, me sentindo uma criança normal. Na embalagem dizia ‘doce’. Era a única coisa doce na minha vida.”

2. Monólogo (Ator) / RODRIGUES, Nelson. A Falecida. In: Nelson Rodrigues: teatro completo. Rio de Janeiro: Aguilar, 2003, p. 768-679.

“Sim, porque, geralmente, antes do principal, sempre há uma conversinha, um namoro, um romance… E, com a Zulmira, não houve nada disso… Ah, eu me lembro como se fosse hoje. Direitinho. Foi mais ou menos há um ano. Sabe aquela sorveteria da Cinelâdia, que fica perto do “Odeon”? (…) Pois é. Entrei na sorveteria e… Fui lá dentro… mas em vez de empurrar a por-ta dos “Cavalheiros”, empurrei a porta das “Senhoras”. Abri assim e dou de cara com uma do-na que estava na pia, lavando as mãos… Eu ia voltar atrás, mas ah! Não sei o que houve comi-go! Deu-me a louca e já sabe: atraquei a Fulana, em bruto. Quer dizer: não houve um “bom dia”, um “boa noite”, não houve uma palavra entre nós, nada.”

3. Monólogo (atriz) / Scandal, 3° Temporada / Episódio 6

“Tem uma coisa que minha avó costumava fazer sempre que eu começava a sair com alguém. Eu dizia o nome dele para ela e ela perguntava: ‘Ah, em que parte da cidade ele mora?’. Era a maneira dela de perguntar se ele era branco. Sim, minha avó era bem racista. Então eu sei como é a cara do preconceito. Então esta conversa não é sobre experiência, meu caro, é sobre gênero. O governador dizendo que eu não tenho culhão para ser presidente, ele está dizendo isto literalmente. É ofensivo. É ofensivo comigo e com todas as mulheres a quem ele está pe-dindo votos. E não é só o governador falando em código sobre gênero, é todo mundo, incluindo você. A única razão pela qual estamos fazendo esta entrevista na minha casa é porque você a solicitou. Isto foi sua ideia e, mesmo assim, você está aqui me agradecendo por ter te convida-do à minha ‘casa adorável’. Isto é o que você diz para a sua vizinha que te preparou biscoitos de chocolate. Esta jarra de chá gelado nem é minha, foi seu produtor que a colocou aqui. Por quê? Pela mesma razão que te fez me chamar de ‘Cinderela’ da vida real. Isto relembra as pes-soas de que eu sou uma mulher, sem usar esta palavra. Para você é só uma abordagem, eu entendo isto. E eu tenho certeza de que você considera isto inofensivo. Mas sabe de uma coisa? Não é! Você está promovendo estereótipos, meu caro. Você está avançando com a ideia de que mulheres são mais fracas do que os homens. É hora de acabar com isto!”

4. Monólogo (Atriz) / WILLIAMS, Tennessee. Um Bonde Chamado Desejo. São Paulo: Abril Cul-tural, 1980, pp. 156-157.

“Não. Era um menino. Apenas um menino, quando eu era ainda muito jovem. Aos dezesseis anos fiz uma grande descoberta – o amor! Foi tudo tão simples, tão completo. Foi assim como se acendesse uma luz intensa, num lugar que estivesse sempre no escuro. Foi assim que ele iluminou esse mundo para mim. Mas não tive sorte. Desiludi-me logo. Havia nele qualquer coisa muito estranha… Um nervosismo, uma doçura, uma delicadeza que não eram próprios de um homem – se bem que ele não tivesse nada de efeminado. Mas havia qualquer coisa… Ele me procurava em busca de ajuda. E eu não sabia disso… Foi então, que eu percebi que o havia enganado de uma maneira misteriosa e que eu não lhe estava dando ajuda de que ele necessi-tava, mas da qual não podia falar! Ele estava num atoleiro e agarravase a mim. Mas eu não o estava puxando para fora. Eu estava afundando com ele. E eu não sabia de nada.

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