O que podemos argumentar, em relação à representação do comunismo de Marx na Revolução Russa e sua aplicação ao longo do governo Stalinista até o fim de seu governo ?
Respostas
Quando Karl Marx e Friedrich Engels começaram a escrever conjuntamente, no ano de 1843, Marx era a figura dominante. Engels era um melhor escritor, e era ele quem sustentava Marx financeiramente.
Marx passou toda a sua carreira se opondo àquilo que ele chamou de "socialismo utópico". Ele nunca interagiu com nenhum grande economista ou teórico social. Você pode procurar, mas jamais encontrará qualquer refutação sistemática feita por Marx a Adam Smith, por exemplo. Marx gastou suas energias criticando verbalmente vários autores de esquerda, cujos escritos praticamente não tiveram nenhuma influência sobre a Europa em geral.
Dado que ele estava constantemente atacando autores socialistas, Marx criou uma teoria própria sobre o comunismo. Ele chamou essa sua teoria sobre o comunismo de "socialismo científico". Marx argumentou que, inerente ao desenvolvimento da história, há uma inevitável série de etapas. Isso significa que ele era um determinista econômico. Ele acreditava que o modo de produção é fundamental em uma sociedade e que o socialismo seria historicamente inevitável porque haveria uma inevitável transformação do modo de produção da sociedade.
Todos os aspectos culturais da sociedade, sua filosofia e sua literatura formariam, segundo Marx, a superestrutura da sociedade. Já a subestrutura — ou seja, seus fundamentos — seria o modo de produção.
Segundo Marx, sua análise econômica revelava uma inevitável linearidade dos vários modos de produção. O comunismo primitivo levou ao feudalismo. O feudalismo levou ao capitalismo. O capitalismo levará a uma bem-sucedida revolução do proletariado. O proletariado irá impor o socialismo. E, do socialismo, surgirá o comunismo.
Esse processo linear fecha o círculo. Tudo começou com o comunismo primitivo, e tudo levará ao comunismo supremo. Com o comunismo supremo, toda a evolução histórica estará completa.
Só que Marx nunca explicou por que a evolução das etapas seria dessa maneira. Ele nunca explicou por que não haveria outra revolução após a chegada do comunismo supremo, a qual levaria a um modo de produção maior que o comunismo. Era mais conveniente apenas finalizar esse processo linear no comunismo.
A União Soviética jamais alegou ter chegado ao estágio comunista do modo de produção. Ela sempre se disse socialista. O nome do país era União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Os líderes supremos da União Soviética jamais alegaram que a URSS havia alcançado a etapa final do modo de produção. Stalin promoveu o conceito de socialismo em apenas um país. Ele diferia de Trotsky nesse quesito. Trotsky queria uma revolução do proletariado em nível global. Stalin era mais esperto. Ele queria o poder e, sendo assim, ele sabia que, antes de tudo, teria de consolidar o poder em um país.
Logo, Trotsky teve de fugir do país, e Stalin enviou o agente Ramón Mercader, do Comissariado do Povo para Assuntos Internos, para matá-lo na Cidade do México. O agente matou Trotsky com um golpe de picareta em seu crânio. Foi um ato cheio de simbolismo. A picareta havia sido um dos ícones da história da Rússia.
O socialismo é a propriedade estatal dos meios de produção. Mas Marx profetizou que o estado desapareceria sob o comunismo. Pior: ele nunca explicou como ou por que isso iria acontecer. Sua teoria era bizarra. Ele dizia que, para abolir o estado, era necessário antes maximizá-lo. A ideia era que, quando tudo fosse do estado, não haveria mais um estado como entidade distinta da sociedade; se tudo se tornasse propriedade do estado, então não haveria mais um estado propriamente dito, pois sociedade e estado teriam virado a mesma coisa, uma só entidade — e, assim, todos estariam livres do estado.
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Explicação: