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Hoje em dia são tantos os recursos tecnológicos à disposição de qualquer pessoa que, muitas vezes, ficamos tentados a utilizá-los como crianças diante de um brinquedo novo. Em alguns casos a brincadeira acaba se frustrando, em outros o efeito nos encanta e cativa o espectador. Alguns recursos vieram para ficar, outros não emplacam de forma alguma e existem aqueles que ainda estão buscando um espaço nos espetáculos públicos.
Como exemplo de tecnologia que foi absorvida pelos artistas e criadores nas artes cênicas temos uma parafernália de equipamentos de iluminação e som, substituindo os velhos refletores GCB e os gravadores de rolo (ainda cultuados pelos mais saudosistas). Entretanto, as cortinas comandadas eletronicamente não conseguem emplacar. Porque será? Não é mais prático?
Vejamos a questão com olhos de um artista: abrir e fechar uma cortina requer sensibilidade, pois o ritmo e a dinâmica de um movimento de cortina auxilia na criação do clima esperado pela direção do espetáculo. E a ação de manejar uma cortina nas mãos de um técnico que tenha percepção aguçada pode influenciar na emoção de quem assiste e no calor dos aplausos finais.
A utilização de vídeo no palco nem sempre funciona. Em alguns casos, quando adequadamente inserido no contexto, pode colaborar com o resultado final ou prejudicar o desenvolvimento da montagem.
Sabemos que grandes teatros que não têm uma boa acústica para a voz falada requerem a ajuda de microfones para uma melhor compreensão do texto. Entretanto, com o aperfeiçoamento de microfones de lapela, auriculares e de grande captação, muitos artistas estão ficando preguiçosos e deixando de trabalhar a projeção vocal, que sempre foi um requisito essencial no trabalho do ator.
A projeção mapeada, quando deixa de lado o caráter espetaculoso e participa da cena como elemento dramatúrgico, pode se tornar um maravilhoso recurso tecnológico nas artes cênicas. É o que se vê na “Páscoa Iluminada”, produzida no Tauá Grande Hotel e Thermas do Araxá, sob a batuta de Brayan Hawryliszyn, da MIR.
A experiência de introduzir novos recursos tecnológicos nas artes cênicas é uma prática antiga, na medida em que os novos inventos são absorvidos pela sociedade e, depois de um certo tempo, os artistas procuram se apropriar dessas invenções e aplicá-las nas suas atividades.
Noutras épocas o palco era iluminado por velas e lampiões, depois chegaram as luzes elétricas e hoje já temos um arsenal de aparelhos da mais alta tecnologia cumprindo a tarefa. Quando o bom uso dessas novidades auxilia na construção do conteúdo cênico, então, podemos dizer: – venham, temos muito que trabalhar juntos. Do contrário, cada macaco no seu galho...
foi mal pelo texto enorme