• Matéria: Artes
  • Autor: belaaa5
  • Perguntado 7 anos atrás

Inferências da obra “Caixa- maleta” de Marcel Duchamp.

Respostas

respondido por: ana40jd
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Resposta:

A literatura do inventário é delimitada, no campo de ação deste trabalho,

por cinco ficções: História universal da infâmia, de Jorge Luis Borges,

A sinagoga dos iconoclastas, de Juan Rodolfo Wilcock, História

abreviada da literatura portátil, de Enrique Vila-Matas, Vodu urbano,

de Edgardo Cozarinsky, e A literatura nazi na América, de Roberto

Bolaño. A amplitude na escolha dos textos já aponta para a primeira

hipótese de trabalho: para dar conta de uma leitura crítica do fragmento

e da ruína, é preciso colocar os textos em contato, tomá-los a partir de

suas relações e confrontos. Considerando que cada ficção traz consigo

as temporalidades que as constituem, o contato leva necessariamente a

um contexto de heterogeneidade histórica e temporal. Por conta disso, a

tese persegue também a noção de "anacronismo" e seus desdobramentos

possíveis a partir da categoria formal de "inventário". Ao serem

considerados de forma descontínua, ou seja, sem o aval da cronologia,

os elementos da série inventariante questionam não apenas o arquivo e

seus critérios de classificação e armazenamento, mas, também, a própria

lógica que posiciona um texto literário no interior de uma história

normativa. Essa problematização classificatória é apresentada pelas

próprias ficções tomadas para análise, já que a forma desenvolvida para

veicular a escritura (a forma inventariante) liga, de forma crítica, os

textos entre si e todos eles diante da contemporaneidade criada pela

pesquisa. Por esse motivo, levanta-se a ideia de que o inventário está

posicionado para além do arquivo e do anacronismo: ao incorporar

ambos à sua dinâmica, força o discurso crítico que se ocupa do

inventário a tomar, também ele, uma feição fragmentária e inventariante.

Explicação:

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