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Atualmente, existem em todo o país 2.474 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura que segue normas da Portaria nº 98/2007. Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra, 2015), órgão responsável pela política de regularização fundiária dos territórios quilombolas, de 1995 até maio de 2015 foram expedidos 189 títulos para 142 territórios quilombolas, favorecendo 232 comunidades. Mais especificamente, na região Centro-Oeste há 114 comunidades quilombolas registradas pela Fundação Cultural Palmares. São 26 no estado de Goiás, 22 no Mato Grosso do Sul e 66 no Mato Grosso. Delas, apenas cinco comunidades possuem o título definitivo de seus territórios, sendo quatro no estado do Mato Grosso do Sul e uma em Goiás, a Comunidade Quilombola Kalunga, da região de Cavalcante (Incra, 2015).
Nos últimos anos, mesmo com o aprimoramento dos dispositivos legais, que garante às comunidades negras quilombolas o direito à terra, percebe-se certa lentidão do Estado brasileiro em garantir de fato esse direito. Se essa letargia continuar, além de estimular novos conflitos, essas comunidades terão de fato seus processos fundiários no Incra concluídos apenas no final do próximo século.
Hoje, assim como foi no passado, as comunidades negras quilombolas, ao reivindicarem a regularização fundiária de suas terras, têm como foco principal o acesso à terra, a formação de famílias, a autonomia na vida cotidiana, o controle dos meios de produção e do processo de trabalho. Nesse sentido, terra, família e trabalho são os objetivos primazes e as bandeiras de luta dos quilombolas. Presentemente, os 352 descendentes de Dezidério, entre os que moram nas terras e os que fugiram dos conflitos, se reconhecem mutuamente como integrantes de uma comunidade quilombola e lutam para reaver seu território original e nele trabalhar para a reprodução física e social de suas famílias.
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