• Matéria: Português
  • Autor: vitoria3331
  • Perguntado 7 anos atrás

resumo a menina que sonhava em ir pra escola.​

Respostas

respondido por: erickbatista52745
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Resposta:Malala: exemplo de luta e de coragem

Um livro sensacional voltado para o público infanto-juvenil que contém 95 páginas e bonitas ilustrações. Creio que a leitura seria mais recomendada a partir dos 12 anos, pela linguagem jornalística, pois tratam-se de investigações da autora que nos relata sua missão permeada de perigos e desafios, para nos contar essa história tão rica em informações sobre o vale do Swat (onde Malala vivia), sobre o Paquistão e Afeganistão. É um assunto interessantíssimo e necessário para quem pouco conheceu dessa realidade, onde tantas meninas viveram privadas de muitas coisas sob a ameaça dos grupos Talibãs. A autora Adriana Carranca revelou-se perfeita pesquisadora neste livro, pois contextualiza as regiões não ignorando suas histórias e acrescenta notas de rodapé em todas as palavras novas ou que mereçam recordação.

É um livro que trata de diversos assuntos correlatos:

*Coragem de denunciar violações de direitos;

*Diferentes religiões embora tenham seus costumes, não podem gerar intolerância;

*A importância da educação e das artes (dançar e cantar também foi proibido pelo Talibã);

*Conflitos em tempos de guerra (imagina conviver com bombardeios?);

*Moradias simples e precárias (A casa de Sana sem cozinha e o banheiro sendo só um buraco no chão, além de que a falta de luz impõe o ritmo das casas);

*As culturas locais (vestimenta das mulheres que encobrem até seus rostos, e na casa de Sana e Razia, onde para jantar ou tomar café todos sentam-se em círculo no chão e comem com as mãos);

*Organização familiar (não importa quantas pessoas são, a família inteira mora na mesma casa e todos devem se ajudar, embora tenham sempre um patriarca);

*A importância de contar histórias (preservam com isso a oralidade e as crianças valorizam a sabedoria dos mais velhos);

*A desigualdade de gênero (enquanto depois do café os meninos iam brincar, as meninas não tinham muito tempo para isso porque ajudavam as mães no trabalho de casa, também as meninas raramente são registradas no nascimento, os filhos têm predileção, e as meninas não podem sair na rua sem estarem acompanhadas de um guardião);

*O casamento que ocorre desde cedo no Vale do Swat e o sistema patriarcal (o pai de uma menina de catorze anos havia recebido três pedidos de casamento para a filha);

*A importância de uma Assembleia de Direitos das Crianças (onde possam discutir problemas da comunidade onde vivem);

*O lugar das crianças (no vale do Swat, as crianças não são encorajadas a fazer perguntas, mas apenas a ouvir os adultos e aceitar o que dizem como certo);

*A censura (computadores, câmeras fotográficas, aparelhos de TV, vídeo, DVD, som, lojas de música, as dançarinas, as barbearias, a única estação de esqui, as escolas... tudo isso foi proibido pelo Talibã e deveria ser destruído);

*A força dos meios de comunicação (pois foi por meio do Blog de "Gul Makai" seu pseudônimo, que Malala escrevia sobre os problemas do vale e chamou a atenção das demais partes do mundo para as tragédias que se anunciavam);

*A força coletiva (uma atitude de bravura que inspirou muitas pessoas a não desistirem dos ideais de igualdade de oportunidades).

Importante lembrar as circunstâncias que fizeram com que Malala crescesse e desenvolvesse seu pensamento crítico: Ziauddin, seu pai, nunca desvalorizou a filha porque nasceu mulher, sempre cuidou com carinho e afeto, registrando-a inclusive com seu sobrenome o que é raro no lugar onde viviam. Ziauddin era considerada pessoa importante na comunidade porque era representante da tribo Yousafzai, considerada a mais educada do vale e de uma linhagem de poetas e filósofos, além de que presidia uma associação de escolas e fundador do Conselho de Paz Global, que lutava para manter a paz na região. Por isso, Malala sempre acompanhou o pai nos protestos, nas reuniões e eventos públicos, tornando-se grande companheira e aprendendo a cobrar por justiça! Aprendeu desde sempre a não se intimidar, mas sim a sonhar! Seu pai era professor e sua filha cresceu entre os corredores da escola, aprendendo a amar os livros desde bem pequena.

A história de Malala é uma história de persistência e luta que continua. A história não termina, pois a protagonista segue defendendo a paz e que todas as mulheres possam ter não apenas o direito de estudar, mas de denunciar todas as manifestações de desigualdade que existem. Como ela mesma disse: "Minha força não está na espada. Está na caneta".

Segundo a diretora da escola de Malala, a madame Maryam: "Todos os que um dia colocaram os olhos em Malala sabiam que ela tinha algo especial" (pág. 31).

Malala tem o nome de outra heroína: Malala de Maiwand, que foi uma poetisa e guerreira do povo pashtun, líder do exército de seu povo, usou seu véu como bandeira e é lembrada até hoje pela sua coragem também.

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