Respostas
A partir do último século, a comunidade mundial começou a se mobilizar e criar novos paradigmas sobre a proteção ambiental, inclusive desenvolvendo novas formas e acordos internacionais a fim de tentar reduzir a poluição que vinha degradando gradativamente o planeta, não deixando expectativas muito favoráveis para os próximos 100 anos, caso uma atitude drástica não fosse tomada.
Através de vários estudos, desenvolveu-se um novo conceito visando o bem comum da população mundial e a preservação dos recursos naturais.
Atualmente não se pode falar em meio ambiente sem ligar o termo ao desenvolvimento sustentável (DS). Termo utilizado inicialmente nos relatórios da União Internacional para a Conservação da Natureza, na década de 70 e popularizado em 1988 pelo Relatório Brundtland - Nosso futuro comum -, que trouxe as primeiras linhas de um conceito sobre sustentabilidade
De acordo com o relatório, o desenvolvimento sustentável, sustainable development ou nachhaltige Entwicklung deveria proporcionar o atendimento às necessidades das gerações presentes sem, no entanto, comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades
Hoje este conceito faz parte de vários discursos institucionais, porém, muitas vezes é utilizado sem que se tenha o conhecimento do seu real significado, ou então o seu uso é feito pensando-se em um desenvolvimento capitalista sustentável. Destaque-se que, descartando a existência da sustentabilidade, o conceito se torna vazio.
Para desenvolvimento do conceito, foi utilizado o termo desenvolvimento sustentável e não crescimento sustentável, porque desenvolvimento significa evolução, progresso, mudança, melhoria qualitativa e crescimento significa expansão, aumento em escala física, tem característica exponencial
O crescimento não considera outro aspecto qualitativo que não seja somente o acúmulo de riquezas, desta forma não leva à igualdade nem à justiça social. Já o desenvolvimento, além de ter foco no acúmulo de riquezas, objetiva distribuí-las de forma a melhorar a qualidade de vida da população e do meio ambiente.
O conceito de desenvolvimento sustentável teve suas primeiras linhas na década de 60 quando foi publicada a Tese dos Limites do Crescimento, pelo Clube de Roma e pelo pesquisador Dennis L. Meadows, onde se apresentava um limite de cem anos para o desenvolvimento máximo do planeta, caso fossem mantidos os mesmos níveis de industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração dos recursos naturais e como resultado disso haveria um declínio súbito da população mundial e na capacidade da indústria mundial
Desta tese resultou, em 1972, a Conferência de Estocolmo, sobre o ambiente humano, promovida pela ONU.
No ano seguinte, em 1973, surgiu o conceito de ecodesenvolvimento, proposto por Maurice Strong, definindo uma nova política do desenvolvimento . A visão principal do ecodesenvolvimento era a inter relação entre o sub e o superdesenvolvimento.
Seguindo na linha histórica dos relatórios, no ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), apresentou o Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum, o qual define desenvolvimento sustentável como sendo aquele que satisfaz as necessidades das comunidades do presente, no entanto, sem comprometer a capacidade de satisfação das necessidades das futuras gerações
O relatório releva a importância em se interligar economia, tecnologia, sociedade e política, define estratégias de desenvolvimento a serem tomadas em nível nacional e internacional, todavia, não apresenta, como nos documentos anteriores, as duras críticas aos países industrializados.
Em 1992, foi realizada a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento na cidade do Rio de Janeiro, onde se demonstrou um grande interesse da comunidade mundial pelo futuro do planeta Terra
Atualmente se tem a consciência de que a humanidade vive uma era de enorme fartura e riqueza em todo o planeta, porém, em contrapartida, é vítima de um grande desequilíbrio ecológico presente em seu cotidiano, decorrente do consumismo capitalista na busca do conforto, que gera uma enorme miséria e danos, muitas vezes, irreparáveis ao meio ambiente. A ideia fundamental do DS é buscar equilibrar estas diferenças existentes entre economia e ecologia, bem como atenuar as grandes diferenças sociais.
Desta forma, é possível dizer que o DS encontra sua validade e consideração quando atinge suas metas, quais sejam, educação ambiental, satisfação das necessidades básicas da população, solidariedade para com as próximas gerações, conscientização da necessidade de preservação dos recursos naturais, elaboração de um sistema sócio-econômico justo e que atenda principalmente os níveis menos favorecidos da população.