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Resposta:
Quando eu era menina
Tinha uma ruma de qualificação
Essas coisas num me deixaro triste
Comigo num tinha frescura não
Num fiquei traumatizada
E nem com psicólogo fiz sessão
Era tanto nome esquisito
Vara pau, quatro oio, magrela
Olívia Palito, cano longo, girafa
Espeto de vira tripa, maga véia, sunguela
Salsicha, boca de badalo, sibita baleada
E ainda inventaram de me chamar de amarela
Tinha gente que eu num dava ouvido
Outros comigo não mexia
Sem ouvir um desaforo
Diante da sua orsadia
Os mais atrivido sempre apanhava
Pois bem que merecia
Mermo assim nunca tive inimizade
Pois fui educada com boas manêra
Esquecia rapidinho as intriga
Fazia as pazes, deixava pra trás as bestêra
Em dois minutinho os minino tava na rua
E tudo acabava em brincadeira
Desses tempos tenho saudade
Daquelas que aperta o coração
Quando lembro do pé de cajá
Tenho boa recordação
E os amigos da Ulisses Caldas
Deles num esqueço não
Era tão bom correr na rua
Tinha uma ruma de brincadeira
Mas quando escutava um assovio
Pensava: "acabôsse a bardeneira"
Era painho chamando
Tinha que fazer carrêra
E quando a gente ia pro rio Assu
Caminhava um bom bocado
Ficava tudo doido pra chegar logo
Num sol quente danado
Só queria dar um mergulho
Pra ficar aliviado
O quintal lá de casa
Tinha um bocado de bicho pra cuidar
Umas codornas que botava ovinho todo dia
Também tinha cavalo pra galopar
Recordo especialmente de Tina
Nossa cachorrinha que vivia à moradia vigiar
Ô infância boa
Cheia de alegria
Se tivesse uma máquina do tempo
Pra essa época vortaria
Ia continuar sendo muito feliz
Fazendo minhas estripulia
Tenho muito que agradecer
Aos meus pais com amor
Pela educação que tive
Que não veio de televisão, nem computador
E assim reconhecê as bênçãos
Que recebi de meu Deus e meu Senhor!
Amanda Paiva de Carvalho