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A rotina das grandes cidades afeta a qualidade de vida das pessoas
Foto: Getty Images
Uma pesquisa do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) foi a fundo para saber que tipo de pane as grandes cidades provocam no cérebro de quem habita esse cenário. Batizado de São Paulo Megacity, o estudo foi feito com mais de 5 mil moradores da região metropolitana da capital paulista. Os resultados revelam: quase 30% dos participantes apresentam transtornos psicológicos.
O trabalho, vencedor do Prêmio SAÚDE 2012 na categoria Saúde Mental e Emocional, é parte de um grande levantamento feito em 24 países. E, na opinião da psiquiatra Laura Helena Silveira Guerra de Andrade, responsável pelo projeto por aqui, ele serve de modelo – e de alerta – para outros aglomerados com mais de 10 milhões de habitantes, incluindo cidades brasileiras que se aproximam dessa dimensão. “Constatamos que, nelas, as mulheres têm mais distúrbios de ansiedade e humor, enquanto homens ficam propensos a problemas de controle de impulso e abuso de drogas”, resume a médica.
A vulnerabilidade feminina tem explicação sobretudo em dois fatores. Um deles, aponta Wang Yuan Pang, psiquiatra integrante do SP Megacity, está na oscilação hormonal. O outro, no excesso de responsabilidade.
O perrengue com as contas no fim do mês engrossa a lista de responsáveis pela fragilidade mental. “Quando o desemprego é alto, sem renda para o sustento familiar, o risco de compensar a angústia no álcool e nas substâncias ilícitas se amplia”, explica Pang. “Além disso, muita gente vive em áreas de privação, com infraestrutura precária e graves problemas de marginalização, o que também contribui para esse quadro”, acrescenta.