Respostas
Contextualização
Antes da Revolução Industrial, o processo produtivo era feito de forma manual de duas maneiras: uma
artesanal, um sistema doméstico de produção, onde o mestre artesão era o dono dos meios de produção, do capital (investido e lucrado), da força de trabalho além de participar de todo o processo de produção; outra
manufatureira, com base na economia mercantilista, o burguês era o dono dos meios de produção e do capital (investido e lucrado), porém havia o trabalhador, dono da força de trabalho em troca de um salário, ou seja, há separação entre o capital e o trabalho e uma maior divisão do trabalho, mais etapas/especialização na produção.
Após a Revolução Industrial, o trabalho passou a ser mais disciplinado. O burguês continuava dono dos meios de produção e do capital (investido e lucrado), porém a uma maior intensificação da divisão do trabalhado, agora feito por proletários, donos da força de trabalho e com salários mais baixos. Com a introdução das máquinas à vapor, o papel do proletário era controlá-las, principalmente na industria têxtil e na mineração. Além disso, outros impactos são relevantes: surgimento das estradas de ferro foi essencial para haver o escoamento da produção além de trazer a matéria-prima, ou seja, propiciar a circulação mais rápida das mercadorias; surgem também os cortiços, casas precárias para abrigar os proletários nas cidades.
Pioneirismo Inglês
É fácil delimitar os fatores que fizeram da Europa o local onde se eclodiu a Revolução Industrial. Primeiramente, já havia um mercado consumidor consolidado e em expansão, podendo exportar produtos para a América e a Índia, além de possuir mão de obra até em quantidades excedentes.
Porém, dentro deste contexto propício para eclosão de tal fenômeno, foi no Reino Unido onde a manifestação se deu de forma mais visível. Tal pioneirismo se deve a uma série de fatores: há algum tempo a Inglaterra se encontrava em um período de paz externa (por ser uma ilha) e paz interna (após assinatura de “Bill of Rights”); havia grande riqueza mineral no território, como ferro, carvão e o cobre, matéria-prima necessária para a alimentação das máquinas a vapor; sua vasta rede fluvial favorecia o escoamento da produção; após a
Revolução Gloriosa, a Inglaterra contava com um Estado Liberal burguês, traçado por Adam Smith, que sustentava a ideia de que o capitalismo e a liberdade individual promoveriam o progresso de forma harmoniosa, incentivando assim a produção econômica; como religião, o Calvinismo encontrava-se em seu auge, tendo como ideologia uma espécie de capitalismo; os atos de navegação garantiam a supremacia marítima e, sobretudo, um excedente populacional, causado pela Lei de Cercamento de Terras (êxodo rural), capaz de criar um exército industrial de reserva.