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Tanto no tom exaltado, cheio de ressonâncias, como no tema e forma, a poesia inicial de Vinícius de Moraes está impregnada de religiosidade e misticismo neo-simbolistas. Em oposição, talvez, às liberdades formais da primeira fase do Modernismo, o poeta parece querer recuperar o espiritualismo na poesia, atitude comum dos poetas ligados à revista Festa.
A partir de Cinco Elegias, sua poesia se transforma. Não tão longa, revela uma maior liberdade de escolha e de expressão. Os temas desse poeta lírico são, por excelência, agora concretos e do cotidiano; o amor, o dia-a-dia e a valorização do momento, ao mesmo tempo em que busca algo mais perene, o que revela maturidade e matizes mais pessoais de inspiração. O eixo temático de sua obra se desloca para a intimidade dos afetos e para um sensualismo erótico, contrastou com sua educação religiosa; o poeta está sempre hesitando entre os prazeres da carne e as angústias do pecador.
Sua linguagem se transforma: é direta e ardente, usando palavras realistas e ao mesmo tempo muito líricas para descrever a confidência, a ternura física e a plenitude dos sentidos. Os sonetos são considerados a parte mais importante de sua obra. Com toques de erotismo e competência, ele revigorou essa forma de composição, ignorada pelos modernistas da primeira fase, produzindo, assim, alguns dos mais belos sonetos de nossa língua.
Vinicius de Moraes, foi um daqueles caras que simplesmente mudou a forma de se ver as coisas. Muitos autores ficaram conhecidos por fazer uma única obra realmente boa, um livro muito bom, ou uma música de qualidade; Vinicius é o oposto, tudo (sem querer generalizar) o que ele fez é de uma qualidade incrível, além dos precedentes, sejam crônicas, poemas ou músicas, tudo é inegavelmente bom e para exemplificar o que digo, peguei um dos meus poemas prediletos