Respostas
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Eu · Principiante
A Iniciativa de Integração da
Infra-estrutura Regional Sul-americana, mais conhecida como IIRSA, é um
processo multisetorial que pretende desenvolver e integrar as áreas de
transporte, energia e telecomunicações da América do Sul, em dez anos.
O plano foi criado oficialmente em 2000,
durante a Reunião dos Presidentes da América do Sul, em Brasília, com a
finalidade de integrar fisicamente a região. A base do planejamento são
10 Eixos de Integração da América do Sul que abrangem faixas geográficas
de vários países que concentram ou possuem potencial para desenvolver
bons fluxos comerciais, visando formar cadeias produtivas e assim
estimular o “desenvolvimento regional”.
A coordenação operacional da IIRSA está a
cargo da Corporación Andina de Fomento (CAF), do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da
Bacia do Prata (Fonplata).
As negociações para a concretização da
IIRSA têm evoluído, pois o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da
Silva, encabeçou o projeto e o Banco Nacional do Desenvolvimento Social e
Econômico (BNDES) já está financiando obras integrantes da iniciativa,
embora não esteja inserido formalmente na IIRSA.
No Brasil, parte dos projetos da IIRSA se
apresentam através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento),
carro-chefe do governo do PT, de Lula a Dilma. Ainda que as fontes
oficiais não liguem diretamente o PAC com a IIRSA, em uma breve leitura
dos dois projetos é possível perceber com nitidez que as obras do PAC
fazem parte do plano de (des)integração sul americano. Não é a toa que o
governo brasileiro dá tanta importância ao PAC, pois o Brasil cumpre
hoje um papel central dentro da IIRSA. Alguns dos projetos previstos se
aproveitarão de recursos naturais de países fragilizados economicamente
para benefício de empresários brasileiros, como é o caso de duas usinas
elétricas que serão construídas na Bolívia e no Peru para o
abastecimento energético do Brasil. Outros projetos já em
andamento são parte complementar do plano IIRSA; um exemplo é o caso da
usina de Belo Monte, que afetará brutalmente a região da Bacia do Xingú,
no estado do Pará.
Se todos os planos da IIRSA forem
realizados com sucesso, metade das áreas de conservação ambiental
brasileiras serão afetadas. Além do impacto ambiental, está prevista a
destruição de centenas de territórios indígenas em vários países. Esses
projetos megalomaníacos ignoram completamente a geografia e a cultura
dos territórios sul americanos e, longe de promover uma integração real
entre os povos do continente, priorizam mais uma vez a geração de lucro
através do saque e da destruição. Para garantir o sucesso da
implementação do IIRSA, os governos sul americanos vêm flexibilizando
gradativamente suas leis ambientais e a mídia corporativista cumpre sua
parte no Brasil criminalizando as tentativas de resistência dos
camponeses, indígenas e quilombolas, taxando-as como um empecilho
infantil contra o desenvolvimento do país.
Desenvolvimento para quem?
Justamente por estar sendo implementado
de maneira silenciosa, o verdadeiro objetivo do Plano IIRSA passa
despercebido. As obras previstas são a base material para a
implementação da ALCA. Ou seja: estão sendo feitas as modificações
territoriais que possibilitam melhor escoamento de mercadorias e
estabelecimento de bases militares nos países da América Latina para
facilitar a criação de um livre mercado. Gradualmente estão se criando
condições de uma área de livre comercio eficiente na prática. A ALCA
seria a cereja do bolo, as mudanças nas legislações que permitem estas
relações comerciais. E depois do grande alarde gerado na década de 90,
não serão mais implementadas de maneira tão evidente; assim como as
obras da IIRSA disfarçadas nestes de desenvolvimento dos países e nas
obras para a Copa e Olimpíadas n Brasil.