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Foi um movimento religioso que se voltou contra ações e regras da Igreja Católica. O principal agente da Reforma foi o monge alemão Martinho Lutero (1483-1546), que, em 1517, publicou 95 teses que fundamentalmente criticavam a venda de indulgências (quando a Igreja “concedia” o perdão divino a qualquer pessoa que pagasse). O ato deu origem a um processo de ruptura que abalou seriamente o domínio católico na Europa Ocidental e permitiu o surgimento de ramificações do cristianismo, como o luteranismo, a primeira religião protestante.
A Reforma ocorreu no século 16, mas, antes disso, pensadores já condenavam as práticas da Igreja, como o teólogo inglês John Wycliffe (1320-1384) e o filósofo tcheco Jan Huss (1369-1415). Wycliffe quis que a Igreja se limitasse às questões espirituais, deixando a política ao Estado. Já Huss iniciou um movimento baseado nas ideias de Wycliffe e se opôs à venda de indulgências e à riqueza do clero.
A Reforma ganhou força nos âmbitos econômico e político porque a Igreja incomodou a nobreza: os senhores feudais tinham que pagar tributos que eram controlados pelo papa. A classe burguesa, por sua vez, também apoiava o movimento, pois ele defendia as ideias de prosperidade e acúmulo de capital, fatores importantes naquele período, marcado pela transição do feudalismo para o sistema mercantil.
O movimento foi apoiado por estudiosos da época. No Renascimento, antes mesmo da insurgência de Lutero, pesquisadores europeus estudaram os primórdios do cristianismo e tiveram acesso a textos bíblicos originais (escritos em grego e hebraico). Tendo em mãos os dogmas antigos, eles começaram a questionar as mudanças e as ações da Igreja.