• Matéria: Ed. Física
  • Autor: pedro24213111
  • Perguntado 7 anos atrás

justifique a opção de São Francisco pela nobreza e pelos excluídos​

Respostas

respondido por: adversipsicarjpe87ij
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Resposta:

Há uma referência do livro intitulado Primeira Vida de São Francisco, das Obras Completas, que diz assim:

"O pobre Francisco, pai dos pobres, queria viver em tudo como um pobre; sofria ao encontrar quem fosse mais pobre do que ele, não pelo desejo de uma glória vazia, mas por compaixão . Embora estivesse muito contente com uma túnica pobre e áspera, quis dividí-la muitas vezes com algum pobre. Mas, como fosse um pobre a quem nada fazia falta, para poder ajudar sempre os pobres com sua piedade, pedia no tempo de maior frio aos ricos deste mundo que lhe emprestassem mantos ou peles. Eles atendiam com a

maior boa vontade e devoção tudo que o santo pai lhes pedia, e dele ouviam o seguinte: 'Eu recebo isto com a condição de vocês não ficarem esperando devolução'. E logo que encontrava um pobre ia todo alegre oferecer-lhe o que tivesse recebido. Doía-lhe muito

ver algum pobre sendo ofendido, ou ouvir alguém dizendo palavras de maldição para qualquer outra criatura. Aconteceu que um Irmão disse uma palavra m a um pobre que pedia esmolas, pois lhe falou: 'Veja lá que você não seja um rico que está se fingindo de pobre'. Ouvindo isso, o pai dos pobres, São Francisco, teve uma dor muito grande e repreendeu com dureza o Irmão que tinha dito isso, mandou que se despisse diante do

pobre e, beijando-lhe os pés, pedisse desculpas. Porque costumava dizer: 'Quem amaldiçoa um pobre injuria o próprio Cristo, de quem é sinal, pois ele se fez pobre por nós neste mundo'. Embora bastante fraco, ele mesmo muitas vezes carregava em seus ombros feixes de lenha ou sacos dos pobres".

“Somos do Evangelho da Libertação": O jeito da Minoridade vivida por tantos da Família Franciscana é renascer em cada lugar fiel a origem das três Ordens e suas frutuosas Ramificações. O jeito da Minoridade é ser menor e periférica. Muitos afirmam categoricamente ou perguntam: “Os frades são Teologia da Libertação? A resposta, quase sempre por inspiração divina e pela concretude de vida do nosso Fundador, São Francisco de Assis, somos do Evangelho da Libertação! Então, o rótulo de TL, não soa para mim como uma pitada de ranço ideológico, mas sim como um elogio, uma honra e, um reconhecimento de oito séculos de tradição, prática e profecia. É orgulho e responsabilidade ser um “TL” por causa do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Vida e Regra o Evangelho da Libertação é o nosso ponto de partida. Todo Evangelho é a máxima transparência da prática libertadora de Jesus Cristo.

"O Evangelho não é apenas um texto bonito para ser lido”. Francisco de Assis fez uma rara aproximação com Deus abraçando o pobre com braços da Boa Nova. Abraçar o leproso, o maior ícone libertador de um processo penitencial e de conversão, foi um enlaçamento de vidas, um gesto profético, uma indignação ética, uma proximidade terna e vigorosa para mostrar que a exclusão é desumana e não agrada o Pai das Misericórdias. Abraçar o leproso foi mais que um encontro espiritual. Ali braços, lábios e rostos se entrelaçaram e apontaram o caminho de São Damião; e lá estava um Deus misturado no jeito abandonado das ruínas, um Deus despojado e crucificado.

Explicação:

A experiência de Francisco de Assis é muito rica e não se esgota num único aspecto; se bem que, talvez, muita gente gostaria que ele se reduzisse a viver atrás do balcão da loja de seu pai Pedro Bernardone ou então fosse viver a intensa e boa experiência de vida monástica. Francisco de Assis imerge na realidade da Úmbria e o seu modo de viver o divino, o religioso, o teologal é uma dimensão que atravessa tudo. Se ele nos legou uma espiritualidade e até uma teologia franciscana libertadora é por que experimentou, como diz o teólogo Yves Congar, “a gente só tem a Teologia da própria prática”.

Todo ser humano nasce, sonha e luta para ter características iguais, privilégios iguais e uma mesma força ética; todos sonham o bom, o útil e o agradável. Por que isto não pode ser para todos, e o melhor está somente nas mãos de alguns? A história da humanidade não é uma história de igualdade, mas uma história de uma classe sobre a outra, e isto gerou um processo histórico que dita leis que vale somente para alguns; a lei da mais valia. Por que não queremos pensar sobre isto? Qualquer vocabulário que venha da sociologia, da cidadania, da religião, da reflexão, tem que priorizar os seres humanos. Priorizar o ser humano para resgatar nele o melhor. Mas o que se está fazendo? Ajuda ou controle? A moda é vasculhar a vida do outro e da outra até o limite, mostrar todo o lado das fraquezas, até que a pessoa renuncie ao seu eu, até que se torne o eu dos outros.

Você pode pesquisar mais lendo sobre o assunto, lendo o artigo intitulado: Reflexões Sobre a Dimensão Política do Franciscanismo, na página da Família Franciscana Brasileira.


juh152274: e você acha que eu vou copiar tudo isso?
adversipsicarjpe87ij: Há inúmeras fontes de pesquisa sobre o assunto. Espero que possa aproveitar bastante sobre o assunto, que é vasto e pertinente: Francisco deixa a nobreza para dedicar-se à causa solidária, principalmente os mais excluídos da sociedade de sua época. Agradeço o comentário!
juh152274: ok‍♀️
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