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De início, Saddam queria fazer com que a guerra afetasse o seu povo da menor maneira possível, embora houvesse racionamentos.[19] Ao mesmo tempo, o já presente culto à personalidade ao redor do ditador chegou a novas alturas de adulação enquanto o regime aumentava seu controle sobre os militares e a sociedade.[19]
Após as vitórias iranianas na primavera de 1982 e o fechamento do principal oleoduto iraquiano pela Síria, Saddam mudou de opinião: uma política de austeridade e guerra total foi introduzida, com toda a população sendo mobilizada para o esforço de guerra.[19] Todos os iraquianos foram convocados para doar sangue e cerca de 100 000 civis foram enviados para limpar os canais e estradas no sul, para ajudar o exército. Enormes manifestações foram feitas (muitas a presença era obrigatória) para demonstrar apoio a Saddam.[19] Também foi instaurada uma política de discriminação contra iraquianos de origem persa (a maior etnia do país vizinho).[12]
No verão de 1982, Saddam começou uma política de terrorismo de Estado. Mais de 300 oficiais do exército foram executados por falharem em combate.[19] Em 1983, uma grande campanha interna de terror foi lançada contra as lideranças da comunidade xiita. Cerca de 90 membros da influente família de clérigos xiitas, os al-Hakim, liderados por Mohammad Baqir al-Hakim e Abdul Aziz al-Hakim, foram presos e seis foram imediatamente enforcados.[19] Ações contra os curdos também foram tomadas, com mais de 8 000 prisões feitas contra o clã Barzani, cujo líder (Massoud Barzani) liderava o Partido Democrático do Curdistão. Vários membros da liderança curda foram sumariamente executados.[19] De 1983 em diante, uma violenta política de repressão contra os curdos foi implementada, caracterizada pelo historiador Efraim Karsh como um "genocídio" ao fim de 1988.[19] A infame campanha al-Anfal, onde mais de 180 000 pessoas morreram, tinha como objetivo "pacificar" permanentemente os movimentos