Respostas
O Epicurismo é uma corrente filosófica iniciada por Epicuro, em 306 a.C. A escola epicurista durou até o IV século d.C., mas teve escasso desenvolvimento, conforme o desejo do mestre, que queria os discípulos fiéis até a letra do sistema. A originalidade deveria manifestar-se na vida.
1. O epicurismo divide a filosofia em lógica, física e ética e subordina a teoria à pratica, a ciência à moral, para garantir ao homem o bem supremo, a serenidade, a paz, a apatia.
2. A filosofia é a arte da vida. Precisamente, é tarefa do conhecimento do mundo, da física, libertar o homem dos grandes temores que ele tem a respeito da sua vida, da morte, do além-túmulo, de Deus e fazer com que ele atue de conformidade.
3. Recorre à física atomista, mecanicista, pela qual também os deuses vêm a ser compostos de átomos, habitantes felizes de inter-mundos e desinteressados por completo dos homens.
4. A alma, formada de átomos sutis, mas sempre materiais, perece com o corpo, daí, nenhuma preocupação com a morte, nem com o além-túmulo: seria igualmente absurdo preocupar se com aquilo que se segue à morte, como com aquilo que precede o nascimento.
5. Todo o conhecimento deriva da sensação e constitui a realidade originária. O processo cognoscitivo da sensação é explicado mediante os assim chamados fantasmas, que seriam imagens em miniatura das coisas e chegariam até a alma imediatamente, ou mediatamente através dos sentidos.
6. O critério fundamental e único da verdade é a sensação, a percepção sensível, que é imediata, intuitiva, evidente. Como a sensação, a evidência sensível é o único critério de verdade no campo teorético, da mesma forma o sentimento, o prazer e a dor, é o critério supremo de valor no campo prático.
7. A metafísica é rigorosamente materialista: quer dizer, resolve-se na física. Concebe os elementos últimos constitutivos da realidade como corpúsculos inúmeros, eternos, imutáveis, invisíveis, homogêneos, indivisíveis, os átomos, iguais na qualidade e diferentes na quantidade, no tamanho, na figura e no peso.
8. Epicuro justifica o livre arbítrio, que é uma simples combinação da contingência, do indeterminismo universal. O universo não é concebido como finito e uno, mas infinito e resultante de mundos inúmeros divididos por inter-mundos, espalhado pelo espaço infindo, sujeitos ao nascimento e à morte. Nesse mundo o homem, sem providência divina, sem alma imortal, deve adaptar-se para viver como melhor puder.
9. A moral epicurista é uma moral hedonista. O fim supremo da vida é o prazer sensível, critério único de moralidade é o sentimento. O único bem é o prazer, como o único mal é a dor. Porém não se refere ao prazer imediato e mundano, mas do prazer refletido, avaliado pela razão, escolhido sabiamente, filosoficamente. É fundamental dominar os prazeres, e não se deixar por eles dominar, ter a faculdade de gozar e não a necessidade de gozar.
10. Admite a divindade transcendente, estando a prova da existência da divindade no fato de que temos na mente humana a sua ideia, que não pode ser senão cópia de realidade. Os deuses de Epicuro são muitos, constituídos de átomos etéreos, sutis e luzentes, dotados de corpos luminosos, tendo forma humana belíssima e imortais.
Bons estudos!