Diferencie o aprendizado meramente “mnemônico” daquele que se transforma em verdadeira experiência educativa, a partir do conceito de continuidade, de John Dewey. Dê um exemplo.
Respostas
Em John Dewey, podemos definir educação como processo de reconstrução e reorganização da experiência e com isso nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas experiências futuras.
A contínua reorganização e reconstrução da experiência constitui o mais particular da vida humana. Essa reconstrução, em que consiste a educação tem por fim melhorar pela inteligência, a qualidade da experiência.
A educação dita tradicional, que só exige um trabalho de memorização de um conteúdo rígido e fixo, procura formar indivíduos para que se “adaptem” à sociedade em que vivem.
Por exemplo, pelo processo mnemônico, podemos memorizar datas seguidas de seus acontecimentos: a data referente ao dia 13 de maio de 1888, quando foram alforriados escravos no Brasil não é conhecimento, mas uma informação, um dado solto esperando complemento para ser entendido. Só o que sabemos, com esse dado, é que havia escravos, e que foram alforriados.
Não sabemos por que havia escravos, qual seu papel na formação histórico-econômica do país, por que foram alforriados, qual era sua etnia, não sabemos como aconteceu, para poder localizar esse dado no contexto histórico, como também, não sabemos o que aconteceu a seguir e nem sabemos se foi uma alforria universal ou parcial.
É somente um dado que estimula perguntas, mas não é conhecimento porque não é uma história que tem um contexto. O conhecimento, quando descontextualizado, perde a continuidade e, assim, o sentido.
John Dewey discorda dessa postura conservadora da educação e da sociedade humana como um todo e propõe uma filosofia da educação que seja crítica com ela mesma e com o mundo que nos cerca e assim, possua capacidades reconstrutivas, que não seja um modelo fechado e eterno, mas orientações gerais que possibilitem a reconstrução contínua da sociedade.
Bons estudos!