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O Magnânimo foi aclamado Rei de Portugal aos 17 anos, a 1 de janeiro de 1707, na sequência da morte do pai. Jurando respeitar os costumes e os privilégios dos povos, procurou rodear-se de figuras com experiência, destacando-se o cardeal da Mota, seu principal ministro e braço-direito.
O seu reinado – um dos mais longos da história da monarquia portuguesa – suscitou opiniões contraditórias. Para uns, o seu desempenho foi notável, mas para outros demonstrou uma má administração das riquezas provenientes da descoberta e da exploração das minas de ouro e de pedras preciosas no Brasil.
Quando subiu ao trono, o país estava envolvido na Guerra da Sucessão Espanhola e o Tesouro encontrava-se em rutura. Foi, sem dúvida, uma prova de fogo para o novo monarca.
A sua atuação externa foi pautada por uma neutralidade face às questões políticas da Europa. Entendia que a melhor atitude para recuperar o prestígio internacional era promover a paz e, por isso, firmou-a com o Tratado de Utreque. Esta situação de paz só veio a ser interrompida quando o monarca respondeu ao apelo do papa para ajudar na guerra contra os turcos, tendo Portugal desempenhado um papel decisivo na Batalha de Matapão, em 1717.
Mas se por um lado D. João V favoreceu a neutralidade no jogo das relações internacionais, por outro, consciente do seu valor, não deixou ser comandado por outras nações. Cortou relações diplomáticas, durante alguns anos, com a França e desentendeu-se com a Espanha, em consequência de uma ofensa ao embaixador de Portugal em Madrid.
Graças ao esforço financeiro e à sua persistência, o monarca conseguiu que a Santa Sé concedesse a Portugal a paridade diplomática face aos outros grandes estados da Europa e que, em 1748, o papa Bento XIV lhe atribuísse a si e aos seus sucessores o título de Fidelíssimo.
O Brasil mereceu de o Magnânimo uma atenção especial. Além de ter consolidado as fronteiras do território brasileiro, enviou famílias lusas para assegurar o povoamento, formou quadros administrativos na própria colónia e impulsionou o desenvolvimento económico.
Em Portugal, a realidade já não era tão promissora. Nesse período, a nível interno, sentia-se a crise da agricultura, a ineficácia das iniciativas industriais e a dependência das importações. Essa situação económica foi favorecida pelo ouro que chegava do território brasileiro, mas não de forma suficiente. De acordo com alguns historiadores, D. João V, em vez de empregar as riquezas vindas do Brasil no desenvolvimento da indústria e da agricultura, esbanjava-as em doações, edifícios e noutras áreas menos importantes para o fomento do país.
Apesar de muitos considerarem que a sua atuação foi insuficiente para a expansão económica de Portugal, é inegável que o monarca levou a cabo medidas importantes, como, por exemplo, a instalação de algumas indústrias e a reforma da administração pública.
Espero ter ajudado :)