• Matéria: Português
  • Autor: Juju1772
  • Perguntado 7 anos atrás

Alguem pode fzr uma Cronica sobre o livro extraordinário pra me? Urgente

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respondido por: annyvitoria20194265
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Resposta:

Segundo o dicionário, extraordinário é tudo aquilo que foge do comum, algo imprevisto, que não é ordinário, tudo aquilo que é notável, excepcional e/ou digno de admiração. Mas será que Auggie Pullman é digno de tal adjetivo? Bom, talvez você esteja se perguntando quem é essa pessoa. Sem problemas, eu conto. Resumidamente, Auggie Pullman é um garoto que nasceu com a Síndrome de Treacher Collins, uma rara doença genética que causa deformações faciais. Por conta dessa situação delicada, Auggie passou boa parte da sua infância recebendo aulas particulares da própria mãe, para que assim, não tivesse que ir à escola e interagir com outras crianças, que obviamente, não saberiam lidar bem com sua aparência. Porém, Auggie cresce, e chega o momento de sair de casa e começar a frequentar a escola normalmente, como qualquer outra criança de sua idade. E é a partir daí que o filme começa. Extraordinário é baseado no livro de R. J. Palacio (publicado em 2012), e dirigido por Stephen Chobsky (As Vantagens de Ser Invisível), e que não conta apenas a história de August Pullman, mas de toda a sua família, e de como sua doença afeta aqueles que estão ao seu redor. E esse é um dos principais acertos do filme.

Normalmente, filmes com esse teor dramático tendem a focar apenas em seus protagonistas, dando pouco espaço ou importância para os personagens mais secundários. E apesar de Auggei ser de fato o protagonista da história, o filme não conta apenas sua trajetória, na verdade, ele reserva bons momentos para, por exemplo, contar também a história dos outros membros da família, que como na vida real, tem seus próprios problemas e dramas pessoais. Mas o diretor não se contenta em apenas nos contar isso, ele humaniza a família Pullman, bem como seus amigos mais próximos, explorando seus pontos de vista, suas realidades, imperfeições e dificuldades. E por conta disso, ao invés de nos impulsionar a julgar os defeitos de personagens como Miranda (Danielle Russel) e Jack Will (Noah Jupe), o filme nos leva a praticar nossa empatia – algo em falta atualmente – , em entender melhor a realidade de todos ali.

Além disso, o longa também destaca os sacrifícios da família Pullman, desde Isabel Pullman (Julia Roberts), a mãe, que abriu mão do mestrado e da carreira para se dedicar ao filho, até a irmã, Olivia (Izabela Vidovic), que sofre pela ausência e falta de atenção dos pais (muito por conta do cuidado redobrado que eles tem com Auggie), mas que ao mesmo tempo se recusa a reclamar, na tentativa de não sobrecarregá-los com seus problemas. Já Nate Pullman (Owen Wilson), o pai, aparece principalmente nos momentos de confrontar o filho, uma tarefa delicada mas necessária. E é nessa dinâmica familiar que parte do filme se desenvolve, mostrando que todos ali têm suas virtudes e defeitos, inclusive o próprio Auggie, que acertadamente não é tratado como um “coitadinho”. No mesmo sentido, o núcleo escolar também serve para abordar questões importantes, desde o efeito destrutivo do bullying até a valiosidade das amizades e do suporte familiar. Mas até nisso o filme evita ser polarizado, por não tornar as crianças que praticam bullying com Auggie nos vilões da história. E por isso, Extraordinário pode soar um pouco otimista demais, tendo em vista que Auggie talvez sofresse muito mais no mundo real (mas não entenda errado, pois ele sofre, e muito). Mas no fim das contas, uma dose a mais de otimismo não faz mal pra ninguém, em especial nos dias de hoje. E assim, em contrapartida àqueles que praticam o bullying, o filme também estabelece as crianças que apoiam Auggie nos momentos de dificuldade, no caso, os ótimos Jack Will e Summer (Millie Davis).

Porém, o filme não teria metade de sua força se não fossem as ótimas atuações, sendo Jacob Tremblay (Auggie) um dos principais destaques do elenco. Ele já tinha me impressionado com sua atuação em “O Quarto de Jack” (2016), e aqui, Jacob mostra novamente o incrível talento que tem. Mas ele não está sozinho, Julia Roberts, Izabela Vidovic, Mandy Patinkin (Mr. Tushman) e Danielle Russel também vão muito bem, e até Owen Wilson (que talvez seja o que menos tem destaque) vai bem. E assim, somando a história com as ótimas atuações e à boa trilha sonora, se torna quase impossível não se emocionar com Extraordinário. E apesar de alguns acusarem o filme de ser apelativo ou sentimentalista demais, eu, particularmente, não esperava menos de um drama. Ainda assim, ao meu ver, o longa de Stephen Chobsky consegue resistir à boa parte dos momentos mais apelativos, sem cair naquele drama forçado.

E assim, no fim das contas, Extraordinário não fala apenas sobre a superação de Auggie Pullman, ou sobre o bullying (ainda que aborde esse tema muito bem), ele fala também sobre nossas imperfeições e falhas, e que apesar delas, todos nós temos algo que nos distancia do ordinário, dos padrões tidos como normais e aceitáveis na sociedade, todos nós temos caraterísticas dignas de admiração, todos nós temos algo de extraordinário!


Juju1772: Minha prof, já viu esse, quero outro diferente sla
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