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Em 1968, o mundo vivia uma intensa ebulição política e social. Era o auge da Guerra Fria, período em que o bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos (EUA) e o socialista encabeçado pela União Soviética (URSS) – disputavam a hegemonia mundial. Na Europa, essa polarização dividiu o continente. Enquanto os EUA garantiram sua influência no lado ocidental, a URSS projetou-se sobre os países do Leste Europeu.
Em ambos os lados da Cortina de Ferro, como ficou conhecida a fronteira entre os Estados capitalista e comunista do continente, essa efervescência deu origem a dois dos acontecimentos mais importantes da segunda metade do século XX: o Maio de 1968 na França e a Primavera de Praga, na Tchecoslováquia.
Maio de 1968
Na França de 1968, o general Charles de Gaulle completava dez anos no poder, e a sua presidência era vista por muitos jovens como uma ditadura disfarçada. Enquanto isso, um interessante fenômeno social estava em curso no país: o aumento do número de jovens no Ensino Superior.
Embalados pela expansão do movimento hippie e pela liberdade sexual, essa massa de universitários tinha sede de modernidade e se mostrava cada vez mais insatisfeita em relação a uma sociedade incapaz de atender a seus anseios por prosperidade, justiça e liberdade.