• Matéria: Filosofia
  • Autor: alexssandeerbn
  • Perguntado 7 anos atrás

Para Kant, o conhecimento produzido sobre o mundo interno e externo é expresso pelo sujeito que conhece por meio de juízos. Os juízos são proposições (afirmações) formadas por um sujeito do qual se declara algo e por um predicado que é aquilo que se diz do sujeito. (QUERIQUELI, LEONEL; MARQUES, 2016). Segundo Kant, esses juízos podem ser analíticos ou sintéticos. Os sintéticos, por sua vez, podem ser a posteriori ou a priori.

Leia a definição de cada tipo de juízo, numeradas de um a três:

(1) Os juízos analíticos não dependem da experiência, estão ligados aos conceitos e são juízos a priori. Nesse caso, o predicado já está contido no sujeito, ou seja, basta saber quem é o sujeito para saber, antes de qualquer experiência, o predicado que se aplica a ele. (QUERIQUELI, LEONEL; MARQUES, 2016).
(2) Os juízos sintéticos a posteriori dependem da experiência e acrescentam ao sujeito da oração um predicado novo, que lhe acrescenta uma qualidade, não incluída no sujeito. (QUERIQUELI, LEONEL; MARQUES, 2016).

(3) Os juízos sintéticos a priori não se limitam à experiência e propõem um conhecimento, atribuindo um predicado que não está́ dito no próprio sujeito. Segundo Kant, são mais adequados às proposições científicas. (QUERIQUELI, LEONEL; MARQUES, 2016).
Analise, agora os seguintes juízos:

I. “Todos os solteiros não são casados.”
II. “Todos os animais quadrúpedes são animais.”
III. “Os bosques são verdes.”
IV. “Todos os solteiros são boêmios.”
V. “A linha reta é a menor distância entre dois pontos.”
A relação entre os conceitos e os exemplos é a seguinte:



A - I e III são exemplos de juízos sintéticos a priori.
B - I e II são exemplos de juízos sintéticos.
C - III e IV são exemplos de juízos sintéticos a posteriori.
D - I e V são exemplos de juízos analíticos.
E - II e V são exemplos de juízos analíticos.

Respostas

respondido por: elamambretti
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Sobre os juízos para Kant:

Alternativa correta:  C - III e IV são exemplos de juízos sintéticos a posteriori.

I. “Todos os solteiros não são casados.”  analítico

II. “Todos os animais quadrúpedes são animais.” analítico

III. “Os bosques são verdes.”sintético

IV. “Todos os solteiros são boêmios.”  sintético

V. “A linha reta é a menor distância entre dois pontos.” analítico

Uma das mais importantes questões que dominam o pensamento de Kant é o problema do conhecimento humano, a questão do saber. Na Crítica da razão pura, ele distingue duas formas básicas do ato de conhecer:

1. O conhecimento empírico (a posteriori) - aquele que se refere aos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, que é posterior à experiência. Exemplo: “Este livro tem a capa azul”

2. O conhecimento puro (a priori) - aquele que não depende de quaisquer dados dos sentidos, ou seja, que é anterior à experiência. Exemplo: duas linhas paralelas jamais se encontram no espaço. Essa afirmação ou juízo, não se refere a esta ou àquela linha paralela, mas a todas. É uma afirmação universal. Além disso, é uma afirmação que, para ser válida, não depende de nenhuma condição específica. Trata-se de uma afirmação necessária.

O conhecimento puro, portanto, conduz a juízos universais e necessários, enquanto o conhecimento empírico não possui essas características. Os juízos, por sua vez, são classificados por Kant em dois tipos: os analíticos e os sintéticos.

O juízo analítico é aquele em que o predicado já está contido no sujeito. Ou seja, basta analisarmos o sujeito para deduzirmos o predicado. Exemplo: o quadrado tem quatro lados. Analisando o sujeito quadrado, concluímos, necessariamente, o predicado: tem quatro lados.

O juízo sintético é aquele em que predicado não está contido no sujeito. Nesses juízos, acrescenta-se ao sujeito algo de novo, que é o predicado. Assim, os juízos sintéticos enriquecem nossas informações e ampliam o conhecimento. Exemplo: Os corpos se movimentam. Por mais que analisemos o conceito corpo, o sujeito, não extrairemos a informação representada pelo predicado se movimentam.

O que marca a diferença do juízo sintético para o juízo analítico é que no juízo analítico o predicado é igual ao sujeito; no juízo sintético o predicado é diferente do sujeito.

Bons estudos!

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