Respostas
Resposta:
No plano econômico, podemos identificar três causas principais. A primeira foi a Grande Depressão causada pelos efeitos da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, que atingiram profundamente os países europeus, causando taxas de desemprego de mais de 20%, e, no caso da Alemanha, chegou a quase 35%. Isso levou à fome e à pobreza extrema, e fomentou o apoio à medidas radicais em todo continente europeu. A segunda causa diz respeito específico à Alemanha: O Tratado de Versalhes. Esse tratado, concluído em 1919, um ano após o término da Primeira Guerra Mundial, apontou a Alemanha como culpada da guerra, e impôs pesadas reparações que levaram o país a ruína. Como se não bastassem as astronômicas taxas de desemprego, a Alemanha foi forçada a imprimir dinheiro para cobrir as dívidas, e as taxas de inflação chegaram a 29.252% ao mês em novembro de 1923. Em 1924, um quilo de carne bovina chegava a custar mais de 100 bilhões de marcos alemães, e isso contribui ainda mais para o apoio à medidas e governos radicais na Alemanha.
A terceira causa foi a disputa entre os poderes asiáticos, China e Japão, pelos mercados asiáticos. O Japão, que possuía recursos naturais escassos, mas um excesso populacional e uma industrialização crescente, pretendia-se a novos mercados coloniais, que já estavam em mãos européias, especialmente da Grã-Bretanha, então, ao invés de arriscar guerra com uma das maiores potências mundiais da época, o Japão invadiu a China e a Coréia, resultando na Guerra Sino-Japonesa, e, apesar da resistência chinesa, em 1940 os Japoneses já haviam ocupado quase um quarto do território chinês.
Na esfera política, podemos também identificar três causas principais. A primeira foi a ascensão do Fascismo e do Nazismo, na Itália e na Alemanha, respectivamente. Essas doutrinas políticas tinham em comum o nacionalismo, o militarismo, o expansionismo, o racismo, o anti-comunismo (ver Comunismo) e o anti-liberalismo, e eram apoiados principalmente por membros da classe média-baixa trabalhadora que haviam perdido seus empregos e perspectivas no entre-guerras e na grande depressão. Os movimentos fascistas se espalharam pelo mundo, principalmente na década de 1930, e não só na Alemanha e na Itália. Partidos como a Cruz Flechada da Hungria, a Guarda de Ferro na Romênia, os Tohokai no Japão, e a Legião Prateada nos Estados Unidos foram todos considerados parte do movimento fascista.
A segunda causa foi a Revolução Russa de 1917, e a tomada do poder na Rússia pelos comunistas.
Na esfera ideológica, por fim, temos as idéias que formavam a base não só do fascismo, como muitos acreditam, mas do conjunto de valores de praticamente todas as nações da época.
Explicação:
O primeiro dos principais eventos imediatamente anteriores à Segunda Guerra Mundial foi a invasão da Etiópia pela Itália em 1935, também chamada "Segunda Guerra Ítalo-Abissínia". Os italianos, achando-se injustiçados com a falta de território colonial na África, começaram a construir fortificações a partir de sua colônia na Somália para além da fronteira com a Etiópia. A França, preocupada com o extremismo alemão, convenceu a Liga das Nações, orgão supra-nacional da época (análogo à moderna ONU) a deixar a Itália livre para intervir em território Etíope como bem entendesse. A campanha durou 6 meses até maio de 1936, quando a Itália anexa oficialmente a Etiópia.
O segundo principal evento foi a remilitarização da Renânia, zona de fronteira entre a Alemanha, a Bélgica e a França, que havia sido interditada e desmilitarizada, ou seja, proibida a circulação de militares ou material bélico, a partir de 1919. Em violação dos tratados, Hitler suspendeu a desmilitarização, e desfilou pela Renânia com um contingente militar. Poucos meses depois Hitler e Mussolini entraram em um acordo para apoiar a Falange, partido fascista espanhol, e ajudá-la a ganhar a guerra civil espanhola, que durou de 1936 a 1939. Ambos os países enviaram material e voluntários em troca do futuro apoio de Francisco Franco, que apesar disso manteve sua neutralidade.
Os últimos eventos foram o Anschluss e o Tratado de Munique. O Anschluss foi a anexação pacífica da Áustria à Alemanha, formando assim o "Grossdeutsches Reich" (Grande Império Alemão". O Tratado de Munique foi uma tentativa anglo-francesa de apaziguar os ânimos belicosos de Hitler através da concessão dos Sudetos, territórios de maioria alemã na Tchecoslováquia. Hitler não só anexou esses territórios como o resto do território Tcheco, nomeando-o parte do novo império, e deixou parte da Eslováquia como um país independente desde que fosse aliado absoluto da Alemanha, sob ameaça de anexação. A outra parte foi dada à Hungria em troca de uma aliança militar, inicialmente defensiva.