• Matéria: História
  • Autor: kiiimmmm
  • Perguntado 7 anos atrás

segundo hobsbawm, embora o cidadão comum desaprovase as atrocidades cometidas pelo governo nazista, ele nao se voltou contra elas. Porque?

Respostas

respondido por: pedlucdesoumag
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Contrariando estudiosos que dizem que as atrocidades do nazismo eram desconhecidas por grande parte da população alemã, a escritora Christa Wolf declarou certa vez que para saber sobre a Gestapo, os campos de concentração e as campanhas de discriminação e perseguição bastava ler os jornais. Para comprovar essa hipótese, o renomado professor de história da Universidade Estadual da Flórida Robert Gellately reúne provas de que a sociedade tinha acesso a essas informações em seu mais novo livro, Apoiando Hitler: Consentimento e coerção na Alemanha nazista, lançado em julho no Brasil (Ed. Record, tradução de Vitor Paolozzi, 518 páginas, 67,90 reais). De acordo com o autor, Hitler não só divulgou abertamente as ações do governo, que assumira em agosto de 1934, como também conquistou amplo apoio popular para colocá-los em prática. “Ele não queria subjugar os alemães, mas conquistá-los. Para isso, polia os ideais germânicos, construía imagens populares positivas na imprensa e manipulava fobias milenares”, pontua Gellately.

Frustrados com o experimento democrático da República de Weimar (1918 a 1933) – instaurada na Alemanha logo após a I Guerra Mundial, herdando todo o peso da derrota do país na disputa, resultando em caos econômico, social e político -, os alemães se mostraram orgulhosos ao enxergar Hitler como um líder que conseguiu lhes devolver a sensação de segurança e normalidade, além de combater o desemprego e a inflação. Ao avaliar um vasto material sobre a polícia secreta e os campos de concentração publicados na imprensa naquele período, Gellately comprova que o povo alemão formou a base sólida do regime nazista. As autoridades não só publicavam histórias de “crime e castigo”, como elaboravam uma teoria prisional e policial coerente, racional e científica. Explorando os arquivos da Gestapo, Gellately foi além de qualquer outro historiador. “As provas materiais foram destruídas por toda parte, exceto em três cidades – e foi ali que foquei minhas pesquisas”, conta o autor, que revela nesta entrevista ao site de VEJA suas descobertas, consideradas pioneiras

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