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Ao levar o Brasil a aderir aos Aliados, a História estabelecia um prazo para o fim da ditadura do Estado Novo. Afinal, à frente de um regime de inspiração nazi-fascista, Vargas perderia sustentação assim que Hitler e Mussolini fossem derrotados. Um dos sinais desse desfecho foi emitido pelo general Góes Monteiro, em entrevista ao GLOBO publicada em abril de 45, poucos dias depois do fim da guerra. O general, revolucionário de 30 e um dos líderes do Exército no golpe de 37, declarava-se decidido a acabar com o regime que ajudara a construir, e fazia uma profissão de fé contrária ao nazi-fascismo. Getúlio ainda tentou sobreviver por meio de uma abertura política controlada — como acontece com os regimes de exceção quando começam a perder força. Chegou a marcar eleições presidenciais e parlamentares para 2 de dezembro de 45. Em maio de 46, seriam eleitos os governadores e as assembleias estaduais. Não chegaria até lá. Foi deposto em 29 de outubro. Foi fotografado com exclusividade pelo jornal, e o repórter trocou algumas palavras com ele, ainda na residência oficial, o Palácio Guanabara. No dia seguinte o ex-ditador embarcaria para o exílio em São Borja, no Rio Grande do Sul. No seu lugar, assumiria o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares.
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