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O banditismo social foi um movimento, ocorrido principalmente no sertão nordestino, em busca de justiça e igualdade, no século XX. Apesar do caráter social desse movimento, o cenário preponderante nessa época era de caos,insegurança e, muitas vezes, morte de inocentes. Atualmente, diante de muitos avanços sociais, o brasileiro enfrenta um cenário marcado pela violência e pela falta de segurança nas ruas, nas escolas e nas próprias moradias, colocando em pauta discussões sobre medidas mais eficazes para garantir a proteção da população. Nesse cenário, a proposta de liberação do porte de armas para os cidadãos tem sido discutida no Congresso, dividindo opiniões sobre a real eficácia dessa medida, em uma sociedade marcada pelo imediatismo.
Apesar de possibilitar mais uma forma de segurança para a população, a legalização do porte de arma pode gerar um verdadeiro caos na sociedade brasileira, diante de uma população que age, em grande parte das vezes, baseada no pensamento de Hobbes-a melhor defesa é o ataque. Esse cenário de ignorância é evidente nos constantes ataques preconceituosos em redes sociais e no alto índice de assassinatos de homossexuais no Brasil, o que leva à reflexão sobre a possibilidade do uso de uma arma ultrapassar os limites da defesa pessoal e passar a servir como objeto de ataque ao próximo, para alimentar um ego ignorante, o que se assemelha às atitudes prepotentes de muitos cangaceiros, no século passado.
Investir em segurança e na formação de uma sociedade ética e igualitária, portanto, é uma medida mais eficaz que a liberação do porte de armas, visto que o armamento da população, ao invés de garantir a proteção, pode ser mais um gerador de insegurança na sociedade. Nesse contexto que parece evidenciar a teoria hobbesiana de que o homem é o lobo do próprio homem e, por isso, precisa do controle do Estado, é preciso analisar as raízes da violência e dos problemas sociais no Brasil e buscar combatê-las. Desse modo, em um país no qual o individualismo das classes altas marginaliza e segrega, desde os primórdios, armar a população com educação e oportunidades é mais eficaz do que entregar-lhe uma arma.
É notório, em meio a esse cenário de caos, que a liberação do porte de armas no Brasil pode representar uma medida inconsequente e problemática. Diante disso, a atuação do governo em união com segmentos da sociedade civil, como ONGs e empresas, torna-se imprescindível. É necessário promover a atuação eficaz dos Poderes Legislativo e Executivo, na fiscalização e punição a criminosos, garantindo uma maior segurança na sociedade brasileira. Sobretudo, é preciso lembrar que o Brasil é um país mergulhado na desigualdade social que, assim como no século XX deu origem ao banditismo social, ainda hoje direciona muitos jovens para o mundo do crime. Assim, é indispensável fazer investimentos básicos, como assistência médica e educação de qualidade, principalmente em cidades e bairros com maior índice de criminalidade, a exemplo da atuação de ONGs, promovendo vestibular cidadão gratuitos em algumas cidades brasileiras para ajudar jovens carentes. Quiçá, assim, o porte de arma deixe de ser um ideal dos brasileiros e o Brasil siga avançando com livro e caneta.