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Natural de Jardim, Nilma nasceu em 1969. Filha de pais separados, morou com os avós até os sete anos, quando a mãe se casou. Elas foram morar com o padrasto em Aquidauana, e conta que o homem a agredia física e psicologicamente quase todos dias, sem motivos aparentes. "Não tinha jeito. Ele ma batia todo dia. Se eu passasse perto dele, ele me agredia, se eu passe longe, gritava comigo", conta. O sofrimento durou até os 14 anos, quando cansada de pedir socorro à mãe, que não lhe dava ouvidos e apoiava o padrasto, decidiu reagir.
"Eu era ingênua. Só apanhava e não saía de casa para nada. Um dia, fui para a igreja com uma amiga e passei na frente do circo. Nunca tinha visto aquilo e fiquei maravilhada. Não me dei conta e acabei perdendo a hora. Quando cheguei em casa, mais tarde do que o previsto, ele já estava me esperando na porta de entrada. Quando começou a me bater, reagi, e disse que ele não tinha mais direito de fazer aquilo, porque não era meu pai".
Nilma fugiu para a casa dos avós que, na época estavam morando em Aquidauana, e não voltou mais para o convívio com a mãe. Quando tinha 17 no entanto, os avós morreram e precisou morar novamente com mãe e o padrasto. Ela já não apanhava mais, mas não suportava as brigas constantes da mãe com o padrasto, e foi morar sozinha. "Eu já estava trabalhando e aluguei meu cantinho. Não suportava tanta violência por todos os lados".
Aos 24 anos ela se casou. No entanto, o homem que deveria ser um companheiro, se tornou vilão. "Só me batia. Não sei se transferi os traumas da infância para aquele relacionamento, mas ele só me agredia. Me humilhava na frente das outras pessoas e chegava a me deixar passando fome. Sofri até os 28 anos, quando incentivada por uma amiga, aproveitei que ele tinha viajado e saí de casa. Fui para a casa da amiga e fiquei por lá até terminar de construir minha casa em Anastácio, onde moro até hoje."