• Matéria: Português
  • Autor: liliandumasreis
  • Perguntado 7 anos atrás

As primeiras relações entre literatura e sociedade partiram dos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels, teóricos alemães que impactaram os estudos a respeito das relações sociais e econômicas em sua época. Entretanto, ao abordar as criações artísticas como reflexo da sociedade que as produz, o marxismo se deparou com questões a respeito da validade das obras do passado para as quais não encontrou respostas satisfatórias. Sob influência das ideias de filósofos idealistas, o pensador Georg Lukács continuou a desenvolver as questões marxistas quanto às relações entre arte e sociedade, concluindo que:

Respostas

respondido por: PSERGIOMIRANDA3
1

Resposta:

. Na morfologia do conto, a função é o conceito fundamental, significando a

ação da personagem do ponto de vista de sua importância para o desenvol-

vimento da narrativa.

4. Greimas identifica três tipos de provas: a qualificativa, que evidencia a habi-

lidade do herói para o cumprimento da tarefa; a principal, quando ele repara

o dano motivador da ação narrativa; e a glorificante, quando revela sua su-

perioridade sobre os demais concorrentes.

5. Greimas identifica seis actantes, divididos em três pares: o sujeito e o objeto;

o destinador e o destinatário; o adjuvante e o oponente.

Literatura e sociedade

A literatura para além do texto

Durante o século XX, a Teoria da Literatura consolidou-se enquanto

campo do saber vocacionado para o estudo da obra literária, a qual foi

entendida preferencialmente como texto, em que se identifica um discur-

so diferenciado que requer uma investigação específica, caracterizada por

uma instrumentação própria. As vertentes estruturalistas, hegemônicas

sobretudo nos anos 1960, mas com raízes que remontam aos anos 1920 e

1930, aprofundam as concepções relativas à autonomia do texto literário,

entendendo-o enquanto um sistema autossuficiente capaz de englobar e

transmitir as informações relativas à sua natureza, constituição e sentido.

Mesmo nesse período, porém, o contexto não foi ignorado. Estrutura-

listas como Iuri Lotman sublinharam o caráter comunicativo da obra lite-

rária, identificando os elementos internos que operavam na direção da co-

municação de uma mensagem. Associar a literatura a um tipo de discurso

ou acentuar as peculiaridades da função poética no seio de uma teoria da

linguagem: eis outros caminhos que apontam para a comunicabilidade da

obra literária e seu processo de interação com o mundo extraliterário, seja

o contexto social, a história ou o público leitor.

Na mesma década de 1960, os pesquisadores comprometidos com o

Estruturalismo recuperam o pensamento de Mikhail Bakhtin, até então

banido pela política cultural stanilista e praticamente desconhecido por

seus conterrâneos. A reedição e a tradução de seus livros facultaram a di-

fusão de suas principais teses, relativas à natureza dialógica da linguagem,

que, transportada para a obra literária, aparece sob a forma da polifonia,

expressão que dá conta das múltiplas vozes que se manifestam no tecido

linguístico do texto.

O reconhecimento da polifonia, ao lado da identificação da intertex-

tualidade, afiançava os laços de cada texto com outros textos, ao mesmo

tempo em que indicava suas relações com o que estava fora dele \u2013 a saber,

os contextos históricos e sociais.

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Literatura e sociedade

examinada desde o século XIX pelos estudiosos vinculados à História da Litera-

tura, bem como por intelectuais que perguntavam pelo papel social das criações

artísticas, sobretudo as literárias.

Literatura e sociedade

É nos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels que se encontram as primeiras

reflexões sobre as relações entre a literatura e a sociedade. Suas ideias aparecem

disseminadas em seus escritos, que expõem suas convicções relativamente aos

seguintes pontos

as criações artísticas expressam interesses das classes sociais que as pro-

duzem e, assim sendo, têm valor documental, pois, examinando seus ob-

jetos culturais e literários, é possível conhecer as inclinações ideológicas

do grupo dominante;

sob esse aspecto, a arte reflete a sociedade, de que decorre seu caráter

fundamentalmente realista e, por sua vez, o artista pode transcender sua

posição de classe e tornar-se um crítico do meio de que faz parte, mas de

todo modo, para entender uma obra e o que ela diz sobre o grupo social e

sua época, é preciso conhecer o contexto a que ela se refere.

O posicionamento marxista incide em dois problemas. O primeiro diz res-

peito à determinação da sociedade sobre a arte, já que esta é apenas um dos

elementos da superestrutura, não podendo ser entendida enquanto objeto au-

tônomo.

a correntes consideradas idealistas. Esses autores, contudo, foram os que, mesmo

após a conversão de Lukács ao Marxismo, fundamentaram suas reflexões sobre

as relações entre a literatura e a sociedade.

Seus pressupostos não desmentem as teses originais do Marxismo ao aceitar a

noção de que a arte reflete a realidade objetiva. Essa, por sua vez, não é abstrata

e universal, mas concreta e histórica; consequentemente, toda a arte é mimética,

sendo o Realismo a principal categoria estética de seu pensamento.

A perspectiva realista poderia dar a falsa impressão de que Lukács preocupa-se

com temas particulares e locais, próximos do universo conhecido. Pelo contrário,

o estudioso húngaro chama a atenção para a circunstância de que a exposição de

um fato concreto e específico deve traduzir uma questão que diz respeito a todos.

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