• Matéria: Sociologia
  • Autor: pedrotrindade200377
  • Perguntado 7 anos atrás

quais as consequências do relativismo cultural

Respostas

respondido por: PataRadioativa
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Explicação:

Relativismo cultural é uma perspectiva da antropologia que vê diferentes culturas de forma livre de etnocentrismo, o que quer dizer sem julgar o outro a partir de sua própria visão e experiência.

A perspectiva do relativismo cultural é uma construção da Antropologia, idealizada por nomes como Franz Boas, e também utilizado na Sociologia.

Como conceito científico, o relativismo cultural pressupõe que o investigador tenha uma visão neutra diante do conjunto de hábitos, crenças e comportamentos que a princípio lhe parecem estranhos, que resultam em choque cultural.

Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria cultura a fim de entender melhor o outro.

O relativismo cultural é criticado por sua própria contradição interna. Se "tudo é relativo", esta afirmação também é relativa.

Vários argumentos usados no relativismo cultural como o apelos à tradição - sempre foi assim - na verdade, podem ser desmontados quando conhecemos a definição de falácia.

Se concordamos com o relativismo cultural, não poderemos julgar ou intervir numa cultura que comete atos contra a dignidade humana. Por isso, é preciso ter atenção sobre o que é um costume e o que é uma agressão.

Deixaríamos de poder afirmar que os costumes de outras sociedades são moralmente inferiores aos nossos. Isto, é claro, é um dos principais aspetos sublinhados pelo relativismo cultural. Teríamos de deixar de condenar outras sociedades simplesmente por serem "diferentes": Enquanto nos concentrarmos apenas em certos exemplos, como as práticas funerárias dos gregos e calatinos isto pode parecer uma atitude sofisticada e esclarecida.

No entanto seríamos também impedidos de criticar outras práticas menos benignas. Suponha-se que uma sociedade declarava guerra aos seus vizinhos com o intuito de os fazer escravos. Ou suponha que uma sociedade era violentamente má anti-semita e os seus líderes se propunham destruir os judeus. O relativismo cultural iria impedir-nos de dizer que qualquer destas práticas estava errada. (Nem sequer poderíamos dizer que uma sociedade tolerante em relação aos judeus é melhor que uma sociedade anti – semita, por isso implicaria um tipo qualquer de padrão transcultural de comparação.) A incapacidade de condenar estas práticas não parece muito esclarecida; pelo contrário, e escravatura e a anti – semitismo afiguram-se erradas onde quer que ocorram. No entanto, se tomássemos a sério o relativismo cultural teríamos de encarar estas práticas sociais como algo imune à crítica.

Poderíamos decidir se as ações são certas ou erradas pela simples consulta dos padrões da nossa sociedade. O relativismo cultural propõe uma maneira simples para determinar o que está certo ou errado: tudo aquilo que de que necessitamos é perguntar se a ação está de acordo com os códigos da nossa sociedade. Suponhamos que em 1975 um residente da África do Sul se perguntava se a política de apartheid do seu país – um sistema rigidamente racista – era moralmente correta. Tudo o que teria que fazer era perguntar se esta política se conformava com o código moral da sua sociedade. Em caso de resposta afirmativa, não haveria motivos de preocupação pelo menos de um ponto de vista moral.

Esta implicação do relativismo cultural é perturbadora porque poucos de nós pensam que o código moral da nossa sociedade é perfeito – não é difícil pensar em várias maneiras de as aperfeiçoar. No entanto, o relativismo cultural não se limita a impedir-nos de criticar os códigos das outras sociedades; não nos permite igualmente criticar a nossa. Afinal de contas, se certo e errado são relativos à cultura, isto tem de ser verdade tanto relativamente à nossa própria cultura como relativamente às outras.

Espero ter ajudado, bons estudos

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