Respostas
Resposta:
Explicação:
O poema é um dos mais importantes sonetos de Camões. É também o mais famoso dos poemas de Camões sobre amor. Em forma de soneto clássico, uma das possíveis formas de poesia, consiste assim em quatro estrofes: as duas primeiras, feitas em quatro versos (quartetos), e as duas últimas, feitas em três versos (tercetos). Costuma apresentar começo, desenvolvimento e desfecho de uma ideia sobre um tema.
Quanto à métrica do poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, esta é decassílaba, ou seja, possui dez sílabas sonoras (sílaba poética ou sílaba métrica) em cada verso. A contagem de sílabas poéticas em cada verso de um poema acaba na última sílaba tônica da linha. Cada verso corresponde a uma linha do poema e apresenta, em si, uma unidade de ideia, sentido e som. A estrutura de rimas também é clássica, seguindo a norma ABBA, ABBA, CDC, DCD.
Quanto ao tema da poesia, este é desenvolvido por meio de um sistema lógico de raciocínio, explicado por Aristóteles, chamado silogismo, que consiste em desenvolver uma ideia por meio de afirmações chamadas preposições, enunciados compostos de sujeito, verbo e atributo, podendo ou não ser verdadeiros, e que terminam em uma conclusão lógica. No poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, as preposições aparecem nos dois quartetos e primeiro terceto. A última estrofe é a conclusão do silogismo.
Para desenvolver as preposições, o poeta Camões usa outro recurso linguístico chamado antítese, que consiste em uma figura de linguagem onde ocorre a aproximação de ideias opostas de sentido.
Outros recursos utilizados por Camões nesse poema são as dualidades e ambiguidades de sentido. As dualidades consistem em reunir duas ideias, distintas, mas não necessariamente opostas, e enquadrá-las como parte interseccional de um todo. Já a ambiguidade ocorre quando uma unidade linguística (a palavra, por exemplo) possui propriedades que a tornam passível de ter mais do que uma interpretação, mudando de acordo com sentido, estilo ou contexto.