• Matéria: História
  • Autor: marcelodominguescb
  • Perguntado 7 anos atrás

Em 1959, Anísio Teixeira se manifesta contrariamente ao substitutivo de Lacerda, apresentado para alterar o projeto da LDB, então em trâmite na Câmara dos Deputados. De que teor foram as críticas feitas por Anísio?

Com o substitutivo de Lacerda criavam-se empecilhos à formação de uma consciência favorável à expansão da escola pública, restando à República um sistema dual de educação: a escola primária e profissional para o povo e a escola secundária e superior para a elite.

Em Anísio Teixeira a escola era vista como extensão da educação dada em casa, instrumento indispensável para fugir da faceta autoritária que a educação pública brasileira vinha apresentando desde a Era Vargas.

O desacordo das concepções político-pedagógicas de Anísio Teixeira face a Carlos Lacerda se exprimia em conjugação com os ideais de educação democrática partilhados por cada um deles. Para Anísio, era fundamental privilegiar a família como elemento central no funcionamento das sociedades democráticas.

Anísio definia as sociedades democráticas como sociedades livres, em que a liberdade deveria permitir às famílias conduzirem seus destinos de acordo com a orientação espiritual que melhor lhes aprouvesse, o que é potencializador, indubitavelmente, da quebra das barreiras hierárquicas entre as classes sociais.

Para o bom funcionamento do sistema nacional de educação, seria indispensável a coordenação de esforços entre Estado, particulares e a Igreja Católica, a fim de garantir a uniformidade dos currículos, da formação docente e dos métodos de ensino em todo território, algo não previsto pelo substitutivo de Lacerda.

Respostas

respondido por: gulylopes
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Resposta:

A. Com o substitutivo de Lacerda criavam-se empecilhos à formação de uma consciência favorável à expansão da escola pública, restando à República um sistema dual de educação: a escola primária e profissional para o povo e a escola secundária e superior para a elite.

Explicação:

Anísio intervém:

O sentido atemporal da “boa sociedade” católica e a defesa da educação voltada  para a sua continuidade tiveram o questionamento de Anísio Teixeira durante o final da  tramitação da LDB na Câmara dos Deputados. O diretor do Instituto Nacional de Estudos  Pedagógicos (INEP) considerou o substitutivo de Carlos Lacerda um “anacronismo  educacional”. A palavra anacronismo era empregada pelo educador naquele momento para  ressaltar a permanência, completamente desvinculada das necessidades do presente, de  ações que visavam apropriar as instituições públicas para uso privado. Essa prática vinha dos  tempos coloniais e era bem caracterizada pelas capitanias hereditárias. Comparando a  colonização portuguesa à colonização inglesa da América do Norte, Anísio Teixeira afirmou  que “com os ingleses, o privado tendia a se fazer público; com os portugueses, o público  tendia a se fazer privado”. Desta feita, criavam-se empecilhos à formação de uma  consciência favorável à expansão da escola pública, restando à República “um sistema dual  de educação: a escola primária e profissional para o povo e a escola secundária e superior  para a elite”.

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