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A especificidade do tratamento psicanalítico hoje é objeto de um Working Party da Federação Europeia de Psicanálise desde 2006. Ele se propõe a elaborar um método de pesquisa apropriado ao tratamento psicanalítico que possa explicitar os processos postos em movimento na vida interior do psicanalista quando trata e transforma o material psíquico de um paciente. A pesquisa se apoia no material fornecido por pequenos grupos, trabalhando sobre três ou quatro sessões de análise, segundo método inspirado por Norman e Salomonsson, assim como no de Donnet. Esse método se apoia numa analogia entre a sessão de análise e sua narrativa em um grupo que reage à escuta e "trata" tanto a contratransferência do analista como aspectos desconhecidos da transferência do paciente. A pesquisa sobre a especificidade do tratamento psicanalítico hoje implica numa reflexão epistemológica sobre os meios de permanecer o mais próximo possível do método psicanalítico inventado por Freud. Frente à multiplicidade das teorias atuais, a distância teórico-clínica é fonte de produtividade e de criatividade. O intercâmbio inter-analítico através do modo de associação livre pode constituir um novo campo de investigação psicanalítica, fora da ideia de supervisão ou de dinâmica de grupo. No curso desse trabalho, diferentes aspectos da violência inerente à atividade pulsional que a psicanálise mobiliza foram postos à luz e puderam ser objeto de um estudo aprofundado.