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RESUMO
Neste trabalho sobre Literatura Guineense em língua portuguesa, temos como
objetivo descrever, analisar e discutir a construção da identidade nacional de um jovem país,
fragilizado por sucessivos golpes de Estado. A viagem pelas obras dos autores que constituem
o nosso corpus permitiu apreender os temas e as estratégias discursivas que cada escritor,
cada poeta, foi produzindo, em prol de um objetivo comum: a construção de uma identidade
nacional no meio de uma pluralidade étnica. Procuramos perceber pela voz dos seus poetas, a
convivência entre a História e a poesia guineense em língua portuguesa, desde 1951, ano do
primeiro poema datado de Vasco Cabral, até à atualidade. Há muito que o espaço literário
guineense deixou de ser um vazio.
Esta Literatura possui, desde o seu começo, uma função didática, informativa e
formativa que procurou, através das tradições e culturas, resgatar a identidade nacional. A
Literatura Guineense está muito enraizada em referências históricas e na expressão das vozes
plurais das várias etnias, que povoam este pequeno território.
Procuramos compreender, por um lado, de que modo os autores guineenses, através
das suas estórias ficcionadas, se têm antecipado à História. Por outro lado, encontrar, pela
mão destes mesmos autores, os motivos que os desanimam e os principais interessados na
criação de um Estado-Nação “falhado”.
Refletimos o lugar da língua portuguesa, enquanto herança do invasor e espaço de
interferências criadoras.
Na terceira e última parte, procuramos destacar, das obras que constituem o nosso
corpus, as marcas da identidade nacional, o seja, o que distingue os guineenses, no geral: os
seus modelos educacionais, os símbolos e rituais, os heróis e os sabores da Guiné-Bissau.