• Matéria: Artes
  • Autor: lucasrafhael2004
  • Perguntado 7 anos atrás

fotomontagem com o uso da tecnologia (século xx)

preciso saber sobre o Desenvolvimento
da fotomontagem no século xx (20)​

Respostas

respondido por: kawatn
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Explicação:

A comunicação tem como proposta apresentar alguns exemplos de trabalhos envolvendo a

fotomontagem ocorridos no Brasil, durante a primeira metade do século XX. As informações aqui

fornecidas inserem-se no âmbito de minha pesquisa de doutorado, na qual investigo as fotomontagens

publicadas por Jorge de Lima em 1943, no álbum A pintura em pânico, frequentemente considerado

pioneiro nessa técnica. O intuito desta fala é relativizar tal afirmação, mostrando que havia já uma produção

local de fotomontagens, ainda que não em âmbito artístico. Passo, então, a alguns exemplos:

Revista S.Paulo

Abordo a visualidade e alguns dos temas presentes na S.Paulo, revista pioneira tanto no projeto

gráfico (que privilegia a imagem) quanto na utilização da fotomontagem para ilustração das reportagens

(Figuras 1 e 2). Publicada ao longo de 1936, a revista S.Paulo veiculava uma visão pujante do estado

paulista, no contexto da breve administração do governador Armando de Salles Oliveira, entre 1935 e 1936.

Segundo a análise da pesquisadora Marina Takami, a S.Paulo promovia um discurso visual de aparência

moderna ao mesmo tempo em que expunha ideais conservadores baseados no passado colonial paulista. Ao

mesmo tempo, a revista aproxima-se de uma visão positivista da história, segundo a qual a credibilidade

testemunhal da fotografia residiria em sua objetividade, que tornaria possível recontar a história tal qual ela

―de fato‖ foi, a partir dos fragmentos ―realistas‖ capturados pela câmera. A construção da imagem montada

se converteria ainda num paralelo técnico da construção de um estado potente, cuja contrapartida humana

seria um povo com qualidades heroicas, tudo isso pautado nas ideias de civilização, desenvolvimento e

progresso. As diretrizes estéticas e ideológicas eram definidas pelos escritores Cassiano Ricardo e Menotti

del Picchia, diretores da publicação. Havia ainda um terceiro diretor, o cronista Leven Vampré, que assumia

a função de gerente. As imagens (fotografias e fotomontagens) ficavam a cargo dos fotógrafos Theodor

Preising e Benedito Junqueira Duarte, que recorda: ―Essa revista, mensal e impressa em rotogravura, em

papel de grande formato, servia-se da fotografia como seu principal meio de comunicação, reduzindo os

textos à sua expressão mais simples‖2

. Frequentemente, imagens da revista tinham como referência as

fotomontagens do construtivismo russo e do dadaísmo alemão.

Anexos:
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