fotomontagem com o uso da tecnologia (século xx)
preciso saber sobre o Desenvolvimento
da fotomontagem no século xx (20)
Respostas
Explicação:
A comunicação tem como proposta apresentar alguns exemplos de trabalhos envolvendo a
fotomontagem ocorridos no Brasil, durante a primeira metade do século XX. As informações aqui
fornecidas inserem-se no âmbito de minha pesquisa de doutorado, na qual investigo as fotomontagens
publicadas por Jorge de Lima em 1943, no álbum A pintura em pânico, frequentemente considerado
pioneiro nessa técnica. O intuito desta fala é relativizar tal afirmação, mostrando que havia já uma produção
local de fotomontagens, ainda que não em âmbito artístico. Passo, então, a alguns exemplos:
Revista S.Paulo
Abordo a visualidade e alguns dos temas presentes na S.Paulo, revista pioneira tanto no projeto
gráfico (que privilegia a imagem) quanto na utilização da fotomontagem para ilustração das reportagens
(Figuras 1 e 2). Publicada ao longo de 1936, a revista S.Paulo veiculava uma visão pujante do estado
paulista, no contexto da breve administração do governador Armando de Salles Oliveira, entre 1935 e 1936.
Segundo a análise da pesquisadora Marina Takami, a S.Paulo promovia um discurso visual de aparência
moderna ao mesmo tempo em que expunha ideais conservadores baseados no passado colonial paulista. Ao
mesmo tempo, a revista aproxima-se de uma visão positivista da história, segundo a qual a credibilidade
testemunhal da fotografia residiria em sua objetividade, que tornaria possível recontar a história tal qual ela
―de fato‖ foi, a partir dos fragmentos ―realistas‖ capturados pela câmera. A construção da imagem montada
se converteria ainda num paralelo técnico da construção de um estado potente, cuja contrapartida humana
seria um povo com qualidades heroicas, tudo isso pautado nas ideias de civilização, desenvolvimento e
progresso. As diretrizes estéticas e ideológicas eram definidas pelos escritores Cassiano Ricardo e Menotti
del Picchia, diretores da publicação. Havia ainda um terceiro diretor, o cronista Leven Vampré, que assumia
a função de gerente. As imagens (fotografias e fotomontagens) ficavam a cargo dos fotógrafos Theodor
Preising e Benedito Junqueira Duarte, que recorda: ―Essa revista, mensal e impressa em rotogravura, em
papel de grande formato, servia-se da fotografia como seu principal meio de comunicação, reduzindo os
textos à sua expressão mais simples‖2
. Frequentemente, imagens da revista tinham como referência as
fotomontagens do construtivismo russo e do dadaísmo alemão.