• Matéria: História
  • Autor: melissandrar
  • Perguntado 7 anos atrás

Legado histórico dos maias (não cultural e algo com bastante informações POR FAVOR )

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respondido por: ticielenunesc
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Resposta:

Progressos tecnológicos, marcos arquitetónicos e uma riquíssima cultura espiritual são os pilares do Império Maia, uma civilização que ainda tem muito por contar.O mundo não acabou em 2012. Nesse ano, algumas teorias da conspiração atribuíram aos Maias uma premonição falhada do fim da Humanidade. Contudo, o erro foi de quem confundiu o Apocalipse com o que os maias de fato vaticinaram, o primeiro dia do Baktun Treze. Esta data marcava uma mudança de século que não trazia consigo nenhum perigo devastador. Assim sendo, podemos continuar a confiar nas profecias de uma das civilizações mais avançadas da História. Os seus elevados conhecimentos de ciência, tecnologia, arquitetura e espiritualidade assim o demostram.

O Império Maia estabeleceu-se nos atuais estados mexicanos de Yucatán, Campeche, Quintana Roo e algumas zonas de Chiapas e Tabasco. Durante o período formativo da sua cultura, as primeiras aldeias foram construídas perto das plantações de feijão, milho, abóbora e das colmeias de mel. A colheita deste último trazia consigo o Apiário, uma cerimónia que ainda hoje se realiza no eco-parque de Xel-Há nos meses de junho e dezembro, na altura da lua cheia. O ritual começa com as orações de um sacerdote ao deus das abelhas e do mel, Ah Muzen Cab. Depois fazem-se as oferendas e medita-se, para terminar com a benção das pessoas presentes. O fim da festa é a degustação de cozidos tradicionais feitos à base do doce néctar. Tudo regado com música mexicana e flores.

Durante o período clássico, os Maias eificaram as suas maiores cidades. Cobá, por exemplo, uma localidade rodeada de cenotes, chegou a contar com mais de 50.000 habitantes. Hoje em dia a sua maior atração é uma grande pirâmide, Nohoch Mul, de 42 metros de altura e 62 graus de inclinação. É possível chegar ao seu topo para apreciar uma das vistas panorâmicas mais espetaculares da selva. Mas há que ter pernas fortes para subir os seus 120 degraus. Cobá apenas foi superada em tamanho e importância por Chichén Itzá, o maior sítio arqueológico maia visitável. Pirâmides, templos e inclusivamente um campo de Jogo da Bola estão conservados. O templo de Kukulcán foi declarado uma das Sete Maravilhas do mundo moderno.

Após o colapso sócio-económico da época pós-clássica, foi a vez das pequenas cidades periféricas. Lugares como Tulum transformaram-se num centro de comércio de grande importância, graças ao seu porto. Tal era a magnitude desta cidade que o cronista espanhol Juan Díaz escreveu em 1518 que era “tão grande como Sevilha”. Ainda que se tenham encontrado neste sítio arqueológico inscrições que datam do século VI, os principais edifícios visitáveis foram edificados por volta do ano 1.200. Entre eles, a fortaleza "El Castillo", a imagen mais icónica da Riviera Maya, ou o Templo dos Frescos, onde ainda se podem admirar no seu interior pinturas em excelente estado de conservação.

Os Maias tornaram-se naquela altura peritos comerciantes e interagiram com outras civilizações mesoamericanas. Mas com a chegada da Coroa espanhola ao continente americano começaram a extinguir-se. Em 1697 foi conquistado o último reduto maia em Tayasal, Guatemala.

O já desaparecido Império Maia conserva ainda uma parte do seu esplendor na Riviera Maya. Graças aos sítios arqueológicos da região, os parques naturais e as organizações protetoras do património, preservam-se ainda os seus costumes, rituais e línguas. Cada vez se sabem mais informações sobre este misterioso Império. Agora só falta revelar qual é a verdadeira data do Apocalipse.

A religião dos Maias

A religião maia acreditava numa ordem universal imutável, onde o ‘halach uinik’, de natureza humana e divina, era o chefe máximo da cidade-estado. Os seus deuses não eram todo-poderosos, pois não podiam alterar a ordem cósmica, e cada um dedicava-se a uma faceta da vida: Yum Kaax era o deus da agricultura, Buluc Chabtan o da guerra, Kukulcán o do vento… No século XVI a sua deidade suprema era Hunab-Ku, que nunca foi representado em obras de arte, e que se acredita ter sido impulsionado pelos colonizadores para iniciar a transição para o monoteísmo.

O Jogo da Bola

Este jogo confrontava duas equipas, formadas por um mínimo de dois jogadores e um máximo de cinco. A dinâmica consistia em introduzir uma pesada bola de borracha por uns anéis de pedra de cada lado do estádio utilizando apenas as ancas. Os jogos mais importantes celebravam-se diante da multidão e participavam os guerreiros mais corajosos, pois a equipa perdedora era assasinada. Alguns eco-parques, como o Xcaret, conseguiram perpetuar este desporto ancestral através de representações de jogos abertas ao público. Mas agora sim, todos terminam o jogo sãos e salvos.

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