Respostas
O chupim é uma ave passeriforme da família Icteridae.
Também conhecido por azulego, maria-preta, chopim, vira-bosta, chupim-vira-bosta, godero, gaudério, cupido (Maranhão), papa-arroz-escuro (Paraíba), rola-bosta (Espírito Santo), engana-tico, maria-vadia (nordeste do Goiás) e azulão-de-chiqueiro (Bahia e sul do Piauí). Dá nome a uma canção de Renato Teixeira. É provavelmente a ave mais odiada do Brasil, principalmente por causa de seus hábitos reprodutivos parasitários, pois nunca cuida de seus próprios ovos, sempre os botando nos ninhos de outras aves para que elas criem seus filhotes. Nada menos do que 62 espécies já foram listadas como hospedeiras, desde aves maiores até menores do que o chupim.
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (grego) Mölos = luta, batalha; e thöskö = impregnar, para o pai; e do (latim) bonara, bonariensis = bom ar, referente a região de Buenos Ayres na Argentina. ⇒ (Pássaro de) Buenos Aires que luta pela atenção dos pais. Referência feita à constante luta dos filhotes desta espécie pela alimentação oferecida pelos pais adotivos em detrimento aos irmãos.
Características
Mede cerca entre 17 e 21,5 centímetros de comprimento e pesa entre 44,9 e 63,7 gramas.
O macho adulto é preto-azulado, mas dependendo da iluminação só se enxerga a cor negra. A fêmea é marrom-escura. Pode ser confundido com a graúna (Gnorimopsar chopi), mas este é maior e possui o bico mais alongado e fino. Difere das duas outras espécies do gênero Molothrus, a iraúna-grande (Molothrus oryzivorus) e o chupim-azeviche (Molothrus rufoaxillaris) por ser bem menor que o primeiro e um pouco menor que o segundo, que além disso também apresenta a parte inferior das asas mais clara e uma mancha avermelhada na base inferior das asas.
Alimentação
Possui uma dieta onívora, alimentando-se principalmente de insetos e sementes, mas ocasionalmente come frutos. Costuma frequentar comedouros com sementes e quirera de milho. Também pode se alimentar de carrapatos em capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris).
Reprodução
O período entre julho e dezembro marca o início da reprodução, mas é após o acasalamento que se inicia a fase pela qual a espécie é mais conhecida. Esta espécie não constrói ninho e a fêmea põe 4 ou 5 ovos por postura, sendo um no ninho de cada hospedeiro. Porém, em ninhos de sabiá-do-campo (Mimus saturninus) e joão-de-barro (Furnarius rufus), já foram encontrados 35 e 14 ovos de chupim, respectivamente. Para chegar ao ninho hospedeiro, segue os futuros “pais adotivos”. Os ovos são de colorido uniforme e com a casca sem brilho, branco-esverdeados, vermelho-claros ou verdes, ou ainda com manchas e pintas, conforme a região geográfica. O tico-tico (Zonotrichia capensis) é muito parasitado e a adaptação vantajosa para o chupim é a postura de seu ovo antes, ou no mesmo dia, daquela do primeiro ovo do hospedeiro. Como o período de incubação do vira-bosta é de 11 ou 12 dias, um a menos do que o do tico-tico, seu filhote, que é bem maior, nasce antes. Desta forma, o filhote do chupim pode eliminar do ninho seus companheiros tico-ticos ou receber mais alimento, tendo maior probabilidade de sobrevivência. Quando abandona o ninho, o filhote chupim é alimentado pelos pais adotivos por 15 dias, solicitando alimento no bico através de um chamado característico, abaixando o corpo e tremulando as asas. Também pode colocar seus ovos em ninhos de galinhas domésticas, como a garnisé.