Respostas
Explicação:
Baseado em censos sociais, entrevistas com ativistas, políticos, estudiosos e embalado por letras de músicos críticos à discriminação, como Nina Simone e Public Enemy, o documentário confronta a alcunha de terra da liberdade assumida pelos EUA ao constatar, no país, a existência da maior população carcerária do mundo — formada majoritariamente por afrodescendentes. A mensagem contundente desembarca em uma nação assolada por uma crise racial inflamada, recentemente, por assassinatos de jovens negros por policiais brancos, reação virulenta de movimentos ativistas, discriminação artística e, de quebra, fragilidade no discurso de proteção às diferenças proveniente dos principais postulantes à Casa Branca.
Militante
A diretora do filme e ativista da causa negra na arte, Ava DuVernay, experimentou ela própria a atmosfera de discriminação quando o longa anterior, Selma: Uma luta pela igualdade, reconstituição da célebre marcha liderada pelo militante negro Martin Luther King Jr., não lhe rendeu uma cogitada indicação ao Oscar de Melhor Diretor em 2015. A Academia conseguiu a proeza de só escolher brancos entre os 25 concorrentes aos postos de atuação e direção — razão pela qual as redes sociais, sob indignação, fizeram eclodir a hashtag #oscarsowhite (“Oscar tão branco”) e reforçaram o coro capaz de sensibilizar os organizadores a ampliar o número de negros, mulheres e latinos entre os jurados.
A atuação dos canais de massa para o agravamento do racismo ocupa papel de destaque no documentário e ilustra como a propagação do discurso preconceituoso alicerça a narrativa para desqualificar a cidadania afrodescendente.