• Matéria: História
  • Autor: guliver10pajdxz
  • Perguntado 7 anos atrás

Negros nas escolas Em sua tese de Doutorado, defendida em 2006, a pesquisadora Gládis Elise Kaercher analisou 110 livros de literatura infantil e infanto-juvenil distribuídos para escolas públicas brasileiras através de um programa governamental. Seu interesse era observar como os personagens negros eram apresentados e caracterizados neste conjunto de obras. Em sua análise, ela mostra que em 107 (das 110 obras analisadas) os personagens principais são brancos. Os personagens negros e negras são, portanto, periféricos e muitas vezes marcados por estereótipos. Em relação às ilustrações das histórias, a pesquisadora informa que estas são, muitas vezes, empobrecidas, produzidas em preto e branco, mostrando cenários precariamente estruturados, sujos, nos quais se desenrolam ações sem grande complexidade. Enfim, as obras de literatura por ela examinadas associam negros e negras a contextos e cenários com os quais o leitor dificilmente se identifica, o que colabora para a manutenção dos estereótipos. Na colonização do Brasil, a forçada inserção de povos africanos deu-se sob os grilhões da escravatura, sendo as diferentes culturas e etnias daquele continente referidas, em nossa história oficial e nos discursos escolares, simplesmente como “os escravos”. Persiste, nas imagens do presente, a associação quase exclusiva da identidade negra à condição de escravização. Sendo estas imagens reiteradas e não as da ancestralidade africana, o que se relembra continuamente é o martírio e certa condição de passividade dos negros e não a riqueza, a variedade das culturas ancestrais e as muitas estratégias de resistência e de luta que se processaram em toda a história africana e afro-brasileira. E esta pode ser uma forma renovada de racismo, de colonização da memória e de manutenção dessas pessoas numa condição subordinada. [...] No entanto, Zubaran e Silva (2012, p. 135) destacam que, “no âmbito da cultura afro-brasileira contemporânea é possível observar que homens e mulheres afro-brasileiros preservaram um rico patrimônio cultural material e imaterial, de matriz africana, que se expressa por meio da oralidade nas diversas formas de festejar, nas religiosidades, na culinária, nos ervanários, na música negra, nas danças e em todas as formas de expressão dos corpos negros nas cidades, no campo, nos quilombos tradicionais e urbanos” Encarte Pedagógico II do Jornal Porantim: Pluralidade cultural e relações étnico-raciais. Disponível em:. Acesso em: 29 mar. 2016.​ a) o texto apresenta situações através das quais a imagem do negro no Brasil aparece distorcida, reforçando uma imagem distante da igualdade. Aponte duas destas situações. b) Porque a desvalorização ou sub-representação dos afrodescendentes reforça e alimenta o racismo?

Respostas

respondido por: Valentinamacc
24

Resposta:

a) Em livros de literatura infantil e infantojuvenil, há predominância de personagens brancas, ignorando-se a composição da população brasileira. Além disso, quando aparecem, as personagens negras estão marcadas por estereótipos: pobreza, sujeira, cenários simplórios.

b) Porque deixam de valorizar as capacidades e riquezas da cultura de matriz africana, reforçando a associação entre negros e passividade, negros na condição de vítimas subalternas e dominadas. Essa caracterização acaba por “diminuir” os afrodescendentes aos olhos da sociedade como um todo, reforçando o racismo e a discriminação.

Explicação:

respondido por: Hustew
6

Resposta:

a) Em livros de literatura infantil e infantojuvenil, há predominância de personagens brancas, ignorando-se a composição da população brasileira. Além disso, quando aparecem, as personagens negras estão marcadas por estereótipos: pobreza, sujeira, cenários simplórios.

b) Porque deixam de valorizar as capacidades e riquezas da cultura de matriz africana, reforçando a associação entre negros e passividade, negros na condição de vítimas subalternas e dominadas. Essa caracterização acaba por “diminuir” os afrodescendentes aos olhos da sociedade como um todo, reforçando o racismo e a discriminação.

Explicação:

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