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No Brasil, além da discriminação racial operada no plano privado, os negros sofrem com o racismo institucional, que inspira as políticas públicas que lhes são dirigidas e se materializa nelas.
O mito da democracia racial é uma herança ainda presente na sociedade, e que provoca obstáculos na aceitação, prevenção e combate ao racismo. A crença de que o brasileiro é fruto de uma mistura de raças embasa a premissa de que o Brasil não é um país racista ou, pelo menos, é menos racista que outros países do mundo, como os Estados Unidos e a África do Sul.
Ao contrário do racismo individual, que se baseia no conceito de que existem diferentes raças humanas e que uma é superior às outras, o racismo institucional se caracteriza quando instituições — públicas e/ou privadas de um país — atuam de forma diferenciada em relação a determinados grupos em função de suas características físicas ou culturais. É, portanto, o racismo que sai do plano privado e expande-se para o público.
A dificuldade de implementação da lei federal nº 10.639 — aprovada em janeiro de 2003 — que torna obrigatório o ensino da história da África nas séries iniciais, e o debate sobre a aceitação das cotas raciais em universidades públicas são alguns exemplos do racismo institucional.