A ingestão de uma dose de Ácido AcetilSalicílico (AAS) a cada três dias (81 mg) pode ser tão eficiente na prevenção de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), quanto consumir o medicamento diariamente. Adicionalmente, há uma vantagem: a probabilidade de menos complicações em nível de trato digestório. A conclusão é de um estudo brasileiro, apoiado pela FAPESP e pela Biolab Farmacêutica, que foi publicado no The Journal of Clinical Pharmacology, em 2016. Os resultados mostraram que, no grupo que tomou AAS todos os dias, houve uma redução de 50% na síntese de PGE2 do trato digestório, enquanto nos voluntários que tomaram a cada três dias, não foi observada diferença em relação aos níveis basais desse eicosanoide. Por outro lado, em ambos os grupos, a inibição de tromboxano (TXA2) foi superior a 95% e o resultado no teste de agregação plaquetária foi equivalente nos dois grupos. Atualmente, o Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta o consumo de alimentos e de medicamentos nos Estados Unidos, recomenda que o AAS em doses baixas seja usado apenas na prevenção secundária de doenças cardiovasculares, ou seja, em pacientes diagnosticados com doença vascular periférica e os que já tiveram algum episódio de IAM ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) e correm risco de um segundo evento. Somente nessa situação, segundo o FDA, os benefícios da terapia suplantariam os riscos de efeitos adversos. Com base nos aspectos farmacológicos descritos no texto, por que a utilização de AAS (81 mg) a cada três dias representa uma vantagem, comparativamente à utilização diária desse agente, no que se refere à probabilidade de menos complicações em nível de trato digestório? Qual a relação dessa vantagem com a recomendação do FDA
Respostas
Atualmente, o FDA - Food and Drug Administration, que é o órgão responsável pela regulamentação de alimentos e de medicamentos nos Estados Unidos, realiza a recomendação de que o AAS - Ácido AcetilSalicílico seja utilizado somente na prevenção secundária das doenças cardiovasculares, isto é, usado em pacientes com diagnóstico de doença vascular periférica.
Apenas nessa situação, de acordo com o FDA, as vantagens da terapia com AAS seria maior que os riscos de seus efeitos adversos.
Bons estudos!
Olá, tudo bem?
A utilização de ácido acetilsalicilíco (AAS) em baixas doses (81mg) a cada 3 dias, representa uma probabilidade de menos complicações no trato digestório, principalmente no estômago, pelo simples fato de que o AAS no seu mecanismo de ação (farmacodinâmica) inibe a enzima cicloxigenase II (COX-2) da cascata do ácido araquidônico, não só, mas também pode inibir a COX-1, e dificultar a síntese de prostaglandinas (que são um fator protetor da mucosa gástrica!).
O FDA (Food and Drug Administration) recomenda a utilização de AAS (81 mg) em pacientes com risco cardiovasculares (em IAM, AVE) pelo fato de que o AAS à essas doses, tem uma ação de anticoagulante plaquetário, por inibição da síntese de tromboxano A2 (TXA2). Isso evitará com que haja eventos repetidos de trombose.
Espero ter ajudado!