O que Aristóteles, Leonardo da Vinci, Arquimedes e Galileu contribuíram com a Força e Movimento?
Respostas
Resposta:
A Terra é imóvel e está localizada no centro do universo;
Nos céus, os movimentos que percebemos repetem-se de modo sempre regular, como se fossem imutáveis.
A essas duas idéias, Aristóteles adicionou outras construindo um sistema teórico altamente sofisticado e coerente. Ele propôs a divisão do mundo em duas partes: de um lado o mundo em que vivemos, nascemos, crescemos e morremos, o mundo das mutações, da corrupção, como diziam os gregos; de outro, o céu, no qual os corpos celestes estavam incrustados em esferas girantes.
Nesse mundo celeste, considerado perfeito, os movimentos naturais eram os mais harmônicos possível, isto é, circulares. Nele cabia a aplicação da Matemática, considerada ciência das formas perfeitas. Já no mundo em que vivemos, chamado de sublunar, sendo o mundo das coisas mutáveis, não perfeitas, não cabia o recurso à Matemática.
O nosso mundo era descrito qualitativa-mente. Os corpos eram formados por quatro elementos (terra, água, fogo e ar), cada um deles tendo um lugar próprio, denominado de lugar natural. Os movimentos eram divididos em naturais e violentos. Os movimentos naturais (subida e descida de corpos) eram movimentos de retorno dos corpos aos seus lugares naturais.
Desse modo, um corpo composto pelo elemento terra tinha um movimento natural para baixo, enquanto um outro corpo, composto pelo elemento fogo, dirigia-se naturalmente para cima. Os movimentos violentos eram todos aqueles que não eram a volta de um corpo ao seu lugar natural, a exemplo do lançamento oblíquo de uma pedra. Aristóteles acreditava ser indispensável a aplicação permanente de uma força para manter os corpos em movimentos violentos.
Como vemos, o universo aristotélico era um mundo completamente hierarquizado. Além disso, devemos registrar que, no pensamento de Aristóteles — como aliás no pensamento grego em geral —, havia um completo divórcio entre a teoria, considerada uma atividade nobre, e as técnicas, vistas como atividades de menor prestígio social. Não havia entre os gregos, portanto, o que hoje denominamos de experimentação, que é uma articulação entre as atividades teóricas e práticas.
Essa sumária exposição das idéias aristotélicas nos leva, de um lado, a perceber o desenvolvimento de conceitos e teorias bem elaborados e sofisticados, sempre apoiados no senso comum. Essa é, possivelmente, uma das razões pelas quais a Física Aristotélica permaneceu no pensamento do homem ocidental por tantos séculos, ao lado, naturalmente, de razões históricas, como a apropriação desse pensamento pela Igreja Católica durante a Idade Média.
De outro lado, a distância da Física Aristotélica ante o que, modernamente, compreendemos como ciência é tão evidente que levou o físico Pierre Lucie a afirmar: "A Física Aristotélica não é ciência. Embora partindo de uma doutrina que pode ou não parecer razoável, ela é incapaz de deduzir objetivamente, rigorosamente, conseqüências verificáveis pela experiência. É ainda menos capaz de prever fenômenos ainda não observados, sendo, conseqüentemente, estéril...", ainda assim "não faltou a Aristóteles o espírito científico. Faltou-lhe, sim, o método".
A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
No século XVII, uma parte da Europa, especialmente a Itália, foi palco de mudanças significativas no modo de pensar. Isso naturalmente influenciou as questões da ciência e vice-versa. A gradativa substituição de uma visão de mundo centrada nas doutrinas teológicas e religiosas pelo estudo sistemático da natureza, que tivera origem no Renascimento, consolidava-se cada vez mais. Um representante dessa atitude renascentista foi Leonardo da Vinci (1452-1519), que exerceu, ao mesmo tempo, a engenharia, a arquitetura e a pintura, dentre outras atividades.